Folha de S.Paulo

Rainha do DESERTO

Conhecida como “dama de ferro”, australian­a inaugura mina de US$ 11 bi enquanto rivais, como a Vale, fazem cortes

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espetacula­res com amigos, assessores e até filhos.

Gina está sendo processada por dois de seus quatro herdeiros, que querem tirar da Hancock Prospectin­g o controle de alguns dos direitos de mineração mais valiosos da companhia, entre os quais Roy Hill, e reduzir o controle dela sobre a empresa de 76% para 51%.

A amarga disputa judicial distrai as atenções da empresa no momento em que esta se prepara para iniciar a produção.

Em um processo judicial separado, em maio, Rinehart perdeu o controle de um fundo de investimen­to familiar multibilio­nário que tem posição central na disputa, e Bianca, sua filha mais velha, com quem ela está rompida, foi apontada pela Justiça como curadora.

A disputa familiar inspirou uma minissérie televisiva australian­a, “The House of Hancock”, o que levou Gina a reagir à série processand­o o Channel Nine e a produtora responsáve­l pelo programa. O caso ainda não foi decidido, o que se aplica também a outros processos cujo objetivo é manter os negócios da família sob seu controle, defender sua reputação e contestar os dissidente­s. CONTRA A VIÚVA Depois da morte de seu pai, Lang Hancock, em 1992, Rinehart travou uma batalha pelo controle da herança do magnata da mineração com sua viúva, Rose Porteous.

Acreditand­o que a antiga empregada doméstica filipina havia de alguma forma acelerado a morte de Hancock, ela passou anos fazendo lobby junto à promotoria pública estadual da Austrália Ocidental por um inquérito quanto à morte de seu pai.

Quando o inquérito foi enfim realizado, em 1999, a conclusão do legista foi a de que Hancock havia morrido de causas naturais. As duas herdeiras encerraram sua disputa por acordo em 2003.

“Não sei se seria justo dizer que os litígios são uma obsessão para ela”, diz Ron Manners, amigo de Gina.

“Eu diria que muitos dos litígios que surgem ela vê como uma mosca que está rondando uma vaca e precisa ser esmagada.”

Rinehart usa sua riqueza para defender sua reputação, fazer lobby junto a políticos e promover a ideologia do livre mercado, de acordo com Ferguson. Zangada com a cobertura da mídia sobre seus assuntos e a questão da mudança do clima, quanto à qual ela apoia a posição dos céticos, Rinehart adquiriu participaç­ão acionária na Fairfax, mas as vendeu alguns meses atrás.

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A bilionária australian­a Gina Rinehart, que controla mineradora

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