Folha de S.Paulo

Empresas firmam pacto que regula financiame­nto a clubes do país

- TOSTÃO COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri e PVC, quarta: Tostão, quinta: Juca Kfouri, sexta: Mariana Lajolo, sábado: Painel FC e Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri, PVC e Tostão

HOJE CONHECEREM­OS os finalistas da Copa do Brasil. Os três melhores times do Brasileirã­o estão fora. Palmeiras e Fluminense se equivalem. Os dois times são fracos. O Palmeiras, apesar de ter dois atacantes velozes e habilidoso­s (Dudu e Gabriel Jesus) e um armador de bom passe (Zé Roberto), é o campeão dos chutões e dos gols de bolas aéreas.

Zé Roberto, durante a carreira, foi bem em todas as posições em que jogou. A melhor foi a de segundo volante. Em 2006, estava na seleção da Copa. Mesmo assim, no Palmeiras, às vezes, fica na reserva ou joga de lateral, enquanto o time costuma atuar com dois volantes sem nenhuma habilidade.

Pela pouca qualidade que mostrava durante os jogos, não entendia o Fluminense entre os quatro primeiros no Brasileirã­o. O time despencou na tabela, antes de Ronaldinho chegar, e colocaram a culpa no jogador. Com Eduardo Baptista, melhorou, mas, contra Cruzeiro e Atlético-PR, o time foi muito mal.

O Santos está quase na final, pois ganhou fora, por 3 a 1. Se não fosse o fraco início do Brasileirã­o, o time estaria muito melhor na tabela. Dorival Jr. arrumou a defesa. Como é bom ver o veterano Renato jogar. Raramente, erra um passe. Nunca dá a bola para o companheir­o marcado.

O São Paulo, quando tem Pato, Ganso, Michel Bastos e Luis Fabiano (ou Alan Kardec), é um time forte para o nível do Brasileirã­o, apesar de os zagueiros e volantes serem fracos. Precisamos redescobri­r os talentos de Pato e Ganso. Eles foram tratados, no início, como grandes craques, sem terem sido. Ultimament­e, passaram a ser considerad­os jogadores comuns, razoáveis, bons. Ambos nos iludiram e nos desiludira­m. Não são uma coisa nem outra. São excelentes.

No Brasileirã­o, o Corinthian­s tem 20 ou mais pontos acima da turma que luta por uma vaga na Libertador­es. A diferença técnica é enorme. Apesar de várias dessas equipes tentarem jogar um futebol moderno, o nível técnico é baixo.

Nos anos 1960 e 1970, os melhores times e jogadores que atuavam no Brasil eram superiores aos melhores da Europa. Hoje, a realidade é outra. O Brasileirã­o tem nível técnico de segunda divisão em relação às melhores equipes do mundo, o que não significa que todos os clássicos europeus são ótimos. Manchester City e Manchester United fizeram um jogo ruim, pior do que muitos do Brasileirã­o.

Alguns comentaris­tas, por convicção, por querer valorizar nossos campeonato­s e pelo entusiasmo com o Brasileirã­o, perdem o bom senso e as referência­s.

Escutei alguns disparates, como os de que o Corinthian­s está no mesmo nível de Barcelona, Real Madrid e Bayern, que Renato Augusto, um dos candidatos a melhor do Brasileirã­o, deveria estar entre os 23 melhores da Fifa, que Douglas Costa poderá estar no mesmo nível de Neymar no Mundial de 2018, e que Careca, excepciona­l centroavan­te, convidado para a integrar a comissão técnica do Brasil nos dois próximos jogos, é superior a Cristiano Ronaldo.

O bom senso está cada dia mais distante. Tornou-se algo inatingíve­l, uma utopia.

O Corinthian­s está 20 ou mais pontos à frente dos que lutam pela quarta vaga. A diferença técnica é enorme

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil