A nova lei de zoneamento foi apresentada neste ano por
DE SÃO PAULO
Após forte lobby de moradores, a lei de zoneamento que deve ser votada em novembro na Câmara prevê blindar um novo grupo de áreas residenciais de São Paulo para impedir a construção de grandes edifícios.
Pelo menos três regiões, nas zonas oeste e sul, já conseguiram reverter a ideia original da gestão Fernando Haddad (PT), pela qual elas passariam a receber novos prédios.
O texto que será apresentado na próxima semana pelo vereador e relator Paulo Frange (PTB) barra os espigões na Vila Moinho Velho (zona sul), no entorno do Colégio AngloMorumbi e em parte da rua Estados Unidos (zona oeste), segundo a Folha apurou.
Outras regiões ainda poderão ser incluídas na proposta para que sejam blindadas de prédios —hoje, as zonas estritamente residenciais representam 4% da capital.
O entorno da Vila Moinho Velho e do Colégio Anglo-Morumbi é atualmente dominado por casas de classe média.
Na rua Estados Unidos, a proteção vai impedir edifícios nos dois lados da via —hoje liberados não na própria rua, mas um quarteirão acima, na área de Cerqueira César.
PONTUAIS Haddad à Câmara, onde ganhará sua versão final. Ela define como pode ser ocupado cada quarteirão, obedecendo as diretrizes do Plano Diretor, aprovado em 2014.
A maioria das mudanças no texto já foi comunicada ao Executivo. Para Fernando de Mello Franco, secretário de Desenvolvimento Urbano, as que ele teve ciência são pontuais. “E não altera os grandes propósitos da lei.”
Moradores de áreas nobres que se mobilizaram contra a alteração de redutos residenciais alegavam temer a descaracterização dos bairros. Fizeram protestos, percorreram gabinetes de vereadores e contrataram estudos técnicos para defender essa tese.
“Procuramos fazer um debate técnico, de alto nível”, afirma Marcelo Kneese, um dos responsáveis pela mobilização na rua Estados Unidos, onde a associação de moradores contratou uma empresa com cientistas políticos especializados em mapear a tendência dos vereadores.
Na região, a resistência vem até de quem já mora em prédio —e não quer espigões vizinhos,