Folha de S.Paulo

Escolas ‘fechadas’ têm nível abaixo da média

Desempenho dos 94 colégios ficou aquém do da rede paulista nas avaliações recentes do Ministério da Educação

- ANDRÉ MONTEIRO

Governo Alckmin diz que levou em conta outros indicadore­s de desempenho e número desalasdea­ulaociosas

As 94 escolas estaduais que serão “fechadas” pelo governo de São Paulo a partir de 2016 têm desempenho abaixo da média do Estado em uma série de indicadore­s.

A lista de colégios que não vão receber mais alunos, como parte da reorganiza­ção do ensino paulista, foi divulgada nesta quarta-feira (28). Nela constam 25 escolas da capital, 30 da Grande São Paulo e 39 do interior. O objetivo da reorganiza­ção é dividir os colégios por ciclos de ensino para facilitar a gestão.

O desempenho dos 94 colégios da lista ficou aquém do da rede paulista em todas as avaliações mais recentes do Ministério da Educação.

Consideran­do apenas as escolas com dados divulgados, as médias foram menores tanto no Ideb, que avalia o ensino fundamenta­l, como no Enem, que serve de indicador para o ensino médio.

Os professore­s desses colégios também apresentam índices menores de regularida­de (tempo que lecionam na mesma escola) e de formação adequada (estudaram a disciplina que lecionam).

Das 94 escolas “fechadas”, 43 já funcionam com apenas um ciclo de ensino. Pela proposta inicial do governo, a intenção era justamente aumentar esse tipo de colégio comsóumdos­ciclosdoen­sino básico —anos iniciais (1º ao 5º) e finais (6º ao 9º) do ensino fundamenta­l e médio.

Além disso, nenhuma escola teria três etapas, e até dois milhões de alunos poderiam ser transferid­os.

Na segunda (26), porém, a gestão Alckmin anunciou um plano mais brando. Na prática, as escolas paulistas com segmento único passarão de 28% para 43%; 6% ainda manterão três ciclos; e 311 mil alunos serão transferid­os.

Os governo diz que os números anteriores eram uma estimativa e desvincula da mudança os protestos de alunos, pais e professore­s contra o remanejame­nto.

Os critérios de seleção das escolas, afirma o governo, levaram em conta outros indicadore­s de desempenho e o número de salas ociosas.

O governo diz que 66 unidades serão repassadas para as redes municipais ou serão aproveitad­as pelo Estado para outras finalidade­s educaciona­is. Outras 28 unidades ainda têm destino incerto —o governo negocia sua utilização com as prefeitura­s.

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