Contou sua vida em livros e jornais
Luiz Augusto Andreoli de Moraes gostava de registrar os momentos marcantes de sua vida. Não em diários e fotos que ficariam deixados em gavetas, mas em livros e textos de jornal, divulgados e divididos com todos.
Foi assim com acontecimentos de sua infância, com a viagem que fez de moto a Machu Picchu, com a história de sua banda e sua mudança para Rio Grande, no RS.
Nascido em Porto Alegre, começou a escrever ainda na infância sob influência do pai, que era crítico literário.
Aos 12 anos chegou a criar um jornalzinho com um amigo. Por cerca de quatro anos divulgou nele seus textos.
Com o tempo, seus escritos ficaram mais sofisticados, assim como a forma de divulgação. Foram cinco livros publicados e uma coluna mantida por anos no jornal “Agora”, na cidade de Rio Grande.
“Tudo com ele virava uma história ou ganhava uma comparação inusitada, sempre de forma humorada”, brinca o amigo João Reguffe.
A dedicação à leitura e à escrita, porém, não o impediram de se dedicar a outras paixões. Era louco por motos, tocava saxofone em uma banda, cantava em um coral e fazia objetos de madeira.
Os amigos chegaram a ganhar uma edição especial de seu último livro, com a lombada de madeira feita por ele.
Os alunos também constavam em sua lista de paixões. Professor do departamento de matemática da Furg (Universidade Federal do Rio Grande), rejeitava a ideia de aposentadoria.
Morreu dia 14, aos 63, após um mal súbito. Deixa namorada, três filhas e dois netos —um terceiro está a caminho. coluna.obituario@grupofolha.com.br
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