Folha de S.Paulo

Contou sua vida em livros e jornais

- FERNANDA PEREIRA NEVES CAETANA PAGANI PERFETTI (NINA) - Hoje (29/10), às 19h, na igreja de Santa Cecília, largo Santa Cecília, Santa Cecília. HELOÍSA LOURDES ALVES LIMA DA MOTTA - Amanhã (30/10), às meiodia, na igreja São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europ

Luiz Augusto Andreoli de Moraes gostava de registrar os momentos marcantes de sua vida. Não em diários e fotos que ficariam deixados em gavetas, mas em livros e textos de jornal, divulgados e divididos com todos.

Foi assim com acontecime­ntos de sua infância, com a viagem que fez de moto a Machu Picchu, com a história de sua banda e sua mudança para Rio Grande, no RS.

Nascido em Porto Alegre, começou a escrever ainda na infância sob influência do pai, que era crítico literário.

Aos 12 anos chegou a criar um jornalzinh­o com um amigo. Por cerca de quatro anos divulgou nele seus textos.

Com o tempo, seus escritos ficaram mais sofisticad­os, assim como a forma de divulgação. Foram cinco livros publicados e uma coluna mantida por anos no jornal “Agora”, na cidade de Rio Grande.

“Tudo com ele virava uma história ou ganhava uma comparação inusitada, sempre de forma humorada”, brinca o amigo João Reguffe.

A dedicação à leitura e à escrita, porém, não o impediram de se dedicar a outras paixões. Era louco por motos, tocava saxofone em uma banda, cantava em um coral e fazia objetos de madeira.

Os amigos chegaram a ganhar uma edição especial de seu último livro, com a lombada de madeira feita por ele.

Os alunos também constavam em sua lista de paixões. Professor do departamen­to de matemática da Furg (Universida­de Federal do Rio Grande), rejeitava a ideia de aposentado­ria.

Morreu dia 14, aos 63, após um mal súbito. Deixa namorada, três filhas e dois netos —um terceiro está a caminho. coluna.obituario@grupofolha.com.br

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