Com sete candidatos, eleição da Fifa torna-se imprevisível
CARTOLAGEM
Sete candidatos e nenhum favorito para uma eleição marcada para tirar a Fifa de uma crise sem precedentes.
Assim começa oficialmente a corrida para sucessão de Joseph Blatter, que só deve terminar em 26 de fevereiro, dia da eleição que definirá o novo presidente da entidade.
O comitê eleitoral da Fifa divulgou os sete candidatos registrados para a disputa.
Todos agora devem passar por uma avaliação para saber se cumprem os requisitos necessários para concorrer, incluindo um controle de “integridade”, espécie de pentefino do comitê de ética.
Um não será submetido a essa etapa por enquanto: Michel Platini, suspenso até janeiro por causa da investigação de um suspeito pagamento de 2 milhões de francos suíços (cerca de R$ 4 milhões na época) feito a ele pela Fifa em 2011, a mando de Blatter.
Somente depois da suspensão é que sua candidatura será aprovada ou não, já que a punição pode ser prorrogada por mais 45 dias, o que sepultaria de vez sua candidatura.
Se não fosse esse escândalo, a vitória de Platini era certa. Não havia —como ainda não há— um nome com o respaldo político do francês nas seis confederações que abrigam as 209 federações que escolhem o presidente.
Esse tipo de eleição costuma ser decidido pela orientação em bloco das confederações: a Conmebol estava praticamente fechada com Platini, assim como Concacaf, Uefa, e parte da Ásia.
Com o francês enfraquecido, a partida começa do zero. Não à toa, a Uefa lançou seu secretário-geral, o suíço Gianni Infantino, para ter na disputa um nome do continente diante da crise de Platini.
Os outros cinco concorrentes são Jérome Champagne, Ali bin Al-Hussein, Musa Bility, Tokyo Sexwale e Salman bin Ebrahim Al Khalifa (veja mais ao lado). Sendo que Sexwale e Champagne podem crescer na campanha.
Ativista anti-apartheid, Sexwale busca apoio da CAF (Confederação Africana de Futebol), peça-chave no xadrez eleitoral, com 54 votos.
A CAF é historicamente ligada a Blatter e o gesto do suíço por um candidato pode guiar seus rumos. E aí podem crescer as chances de Jérome Champagne, amigo e ex-assessor do cartola em Zurique.
Champagne é visto como um “outsider” na cartolagem e desistiu em cima da hora da última eleição, em maio. É inimigo de Platini e do ex-secretário-geral da Fifa Jeróme Valcke, também mergulhado em escândalos. O apoio de Blatter daria o voto de federações menores, maioria no colégio eleitoral, eternamente gratas ao suíço pelos recursos despejados pela Fifa.