Destino de escolas ‘fechadas’ por Alckmin ainda é incerto
Prefeitura e autarquia ainda não definiram incorporação de unidades do Estado
Governo divulgou que 22 dos colégios da capital paulista seriam usados por município e Centro Paula Souza
secretaria no planejamento para transformar eventuais escolas disponibilizadas em unidades” da sua rede.
A pasta da Educação estadual disse que já negocia com as duas instituições.
A reorganização fará com que 311 mil alunos sejam transferidos. Para a gestão Alckmin, deixar os colégios com só um ciclo de ensino facilita a gestão das unidades.
Outro objetivo é desativar escolas com poucos alunos, após a rede perder mais de 2 milhões desde 1998 (de 6 milhões para 3,8 milhões).
Desde que a ideia foi anunciada, no mês passado, há protestos quase diários —alunos, pais e professores reclamam que podem ficar longe de sua escola original.
Nesta quinta, a Apeoesp (sindicato docente) fez novo ato contra a medida na av. Paulista. Alckmin disse ser “normal” haver protestos. “Às vezes, somos conservadores. Sempre quando vai mudar uma coisa há reação. Qual o objetivo [da reorganização]? É melhorar a escola pública.”
VENCESLAU BORLINA FILHO Folha - Qual é a avaliação da senhora sobre a reorganização das escolas?
Angela Soligo - A reestruturação ideal significaria identificar exatamente o que tem impacto na qualidade do ensino. Não consta que a segmentação esteja entre as prioridades. Uma das minhas maiores preocupações é o fechamento de 94 escolas [a rede estadual possui atualmente 5.147].
Significa colocar mais alunosnasescolasabertas. Não imagino que aumentar o tamanho das turmas melhore a qualidade das escolas. Pelo contrário. Por que não aproveitar que há menos alunos e diminuir o tamanho das turmas? Além disso, o governo fez a mudança sem ouvir alunos, família, professores. É difícil ter sucesso com esse procedimento.
É uma alteração que afeta a vida dos alunos. Mudar de escola, se adaptar, não é uma tarefa fácil.