Executivo citou 15 investigados na Operação Lava Jato
Polícia só encontrou trocas de mensagens diretas do ex-chefe da OAS com 4 deles, inclusive Eduardo Cunha
Mensagens tratam de negociação para encontros, lobby sobre temas do Congresso e pedidos de doação
Um relatório da Polícia Federal sobre mensagens de celular encontradas em aparelhos do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro aponta que o empresário contatou ou citou 15 investigados no STF por suspeita de participação em corrupção na Petrobras.
Pinheiro já foi condenado a 16 anos de prisão na Operação Lava Jato pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba.
Desses 15, só há trocas diretas de mensagens com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) e os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ciro Nogueira (PP-PI) —no caso desses dois últimos, para marcar encontros.
Além deles, entres os políticos alvos do Supremo que aparecem no relatório estão o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fernando Bezerra (PSB-PE), Romero Jucá (PMDB-RR), Fernando Collor de Mello (PTB-AL), Delcídio do Amaral (PT-MS) e Humberto Costa (PT-PE), além dos deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e José Mentor (PT-SP).
A Procuradoria-Geral da República ainda analisa as conversas para saber se há indícios de crimes e se vai pedir novas investigações. As mensagens mostram negociações para encontros, lobby sobre temas em debate no Congresso Nacional e pedidos de doação ao empresário ou favores.
Na parte sobre o senador Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia, há uma mensagem de Léo Pinheiro comentando decisão da expresidente da Petrobras Graça Foster de começar a licitar uma refinaria, a Premium 2.
Outra mensagem mostra que uma pessoa identificada como Lena diz que Julio Camargo, que se tornou delator da Lava Jato e admitiu ter pago propina, convidou para uma reunião com o “pessoal do Maranhão” para discutir a refinaria. A PF vê possibilidade de que seja uma referência ao então ministro.
O senador Humberto Costa é citado por um funcionário de Pinheiro, relatando que ele ligou para agradecer apoio em sua eleição.
Em relação ao presidente do PP, senador Ciro Nogueira, há comentários de que ele seria um bom interlocutor para discutir questões da OAS e trocas de mensagens diretas para combinar encontros.
Em um dos torpedos, executivos da OAS falam que precisam tratar com o senador sobre CBTU, subordinado ao Ministério das Cidades, à época área de influência do PP. Dizem ainda que ouviram de Ciro que havia uma doação pendente para ele. Segundo as mensagens, Aguinaldo Ribeiro, ex-ministro das Cidades, também teria participado de uma reunião com Ciro e representante da OAS.
O material elaborado pela PF revela ainda citações a pelo menos dez políticos que nãosãoalvodeinquéritono Supremo. É o caso do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que não é investigado pela Operação Lava Jato. TIAGO CEDRAZ Como mostrou o jornal “O Globo” nesta quinta (21), o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, também consta do relatório. As mensagens indicam que a OAS buscou influência de Tiago junto ao TCU na concessão de aeroportos.
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