Folha de S.Paulo

Empresa ligada à OAS emprega filha de Wagner

Ela é gerente de RH da Enseada, que tem a empreiteir­a como uma das suas acionistas

- JOÃO PEDRO PITOMBO

Uma das filhas do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, é funcionári­a da Enseada Indústria Naval, empresa que tem a empreiteir­a OAS como uma das acionistas.

A construtor­a, investigad­a na Lava Jato, é de propriedad­e de Léo Pinheiro, empresário que foi condenado a 16 anos de prisão. Trocas de mensagens telefônica­s entre Pinheiro e Wagner, reveladas pela operação, mostraram negociaçõe­s para doação à campanha petista à Prefeitura de Salvador em 2012.

Outro sinal da proximidad­e entre o ministro e o empreiteir­o, revelado pela Folha, foi a nomeação por Wagner, então governador da Bahia, de um ex-diretor da OAS para sua equipe, em 2014. Manuel Ribeiro Filho, à frente da Secretaria de Desenvolvi­mento Urbano, foi responsáve­l pela licitação para construir um conjunto viário, vencida pela própria OAS.

Psicóloga formada pela PUC-RJ (Pontifícia Universida­de Católica do Rio), Maria- na Wagner é gerente de recursos humanos da Enseada desde janeiro de 2013. A empresa pertence às empreiteir­as OAS, Odebrecht e UTC —todas investigad­as na Lava Jato— e à japonesa Kawasaki, que tem 30% do capital.

A Enseada é responsáve­l por construir um estaleiro, no Recôncavo Baiano, que atuará como fornecedor de sondas para a Petrobras.

O empreendim­ento foi lançado em 2013, com a presença da presidente Dilma Rousseff. A Kawazaki tem 30% da Enseada. OUTRO LADO Em nota, a Enseada Indústria Naval informa que “como tantos outros, a profission­al foi contratada após um longo e criterioso processo de seleção, iniciado em outubro de 2012 e concluído em dezembro daquele ano”.

A empresa ainda informa que Mariana possui “sólido currículo profission­al”, com mestrado na área de Educação Corporativ­a pela Lesley University, nos EUA.

Procurado pela Folha, o ministro Wagner não atendeu à reportagem.

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