China passa Alemanha em energia solar
DO RIO
Após pressão do governo, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) deve desistir de rever a fórmula de cálculo dos royalties do petróleo, o que criaria uma conta bilionária para a Petrobras. A proposta beneficiaria, principalmente, o governo do Rio e municípios fluminenses.
A Folha apurou que o tema foi discutido em reunião realizada nesta semana entre a diretora-geral da agência, Magda Chambriard, e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. A avaliação do governo é que a medida prejudica a situação das petroleiras em um momento de crise no setor.
Os royalties são compensações financeiras pagas pelas petroleiras, que variam de acordo com o volume da produção e o preço do petróleo de cada campo. No ano passado, renderam R$ 13,8 bilhões aos cofres de União, Es- tados e municípios.
A revisão dos preços de referência usados para o cálculo da compensação foi colocada em consulta pública no início deste ano e seria sacramentada após audiência agendada para o dia 10 de março, segundo a Folha antecipou. A ANP argumenta que a fórmula atual, vigente desde 2000, está defasada. PREÇO DE REFERÊNCIA A proposta da agência eleva o preço de referência usado para o cálculo dos royalties em 7%, em média, considerando os 20 maiores campos produtores do país —responsáveis por 90% da produção nacional— de acordo com estimativa do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie).
Isso significa que a Petrobras, principal impactada, pagaria royalties sobre um preço maior, beneficiando principalmente o Estado do Rio, que sofre crise financeira e defende a mudança. Outras petroleiras também seriam afetadas.
A ANP tem liberdade para regular o tema, mas o governo se posicionou contra a mudança, alegando que representa custo extra às empresas em um cenário de petróleo barato —o preço do barril está abaixo de US$ 30.
DA REUTERS
A China ultrapassou a Alemanha no quarto trimestre como o país com maior capacidade instalada em energia solar, apesar de não ter cumprido a meta para a expansão da fonte em 2015, mostraram dados da indústria.
A capacidade instalada em energia solar fotovoltaica na China era de 43 gigawatts ao final do ano passado, com alta de 15 gigawatts ante 2014, apontou a Associação da Indústria Fotovoltaica da China.
O número ultrapassa os cerca de 40 gigawatts estimados para capacidade da Alemanha pela agência federal Fraunhofer ISE.
A capacidade instalada solar da Alemanha era de 38,24 gigawatts em 2014.
A Administração Nacional de Energia da China tinha como meta acrescentar 23,1 gigawatts para a capacidade em usinas solares em 2015.