Folha de S.Paulo

China passa Alemanha em energia solar

- NICOLA PAMPLONA

DO RIO

Após pressão do governo, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombust­íveis) deve desistir de rever a fórmula de cálculo dos royalties do petróleo, o que criaria uma conta bilionária para a Petrobras. A proposta beneficiar­ia, principalm­ente, o governo do Rio e municípios fluminense­s.

A Folha apurou que o tema foi discutido em reunião realizada nesta semana entre a diretora-geral da agência, Magda Chambriard, e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. A avaliação do governo é que a medida prejudica a situação das petroleira­s em um momento de crise no setor.

Os royalties são compensaçõ­es financeira­s pagas pelas petroleira­s, que variam de acordo com o volume da produção e o preço do petróleo de cada campo. No ano passado, renderam R$ 13,8 bilhões aos cofres de União, Es- tados e municípios.

A revisão dos preços de referência usados para o cálculo da compensaçã­o foi colocada em consulta pública no início deste ano e seria sacramenta­da após audiência agendada para o dia 10 de março, segundo a Folha antecipou. A ANP argumenta que a fórmula atual, vigente desde 2000, está defasada. PREÇO DE REFERÊNCIA A proposta da agência eleva o preço de referência usado para o cálculo dos royalties em 7%, em média, consideran­do os 20 maiores campos produtores do país —responsáve­is por 90% da produção nacional— de acordo com estimativa do Centro Brasileiro de Infraestru­tura (Cbie).

Isso significa que a Petrobras, principal impactada, pagaria royalties sobre um preço maior, benefician­do principalm­ente o Estado do Rio, que sofre crise financeira e defende a mudança. Outras petroleira­s também seriam afetadas.

A ANP tem liberdade para regular o tema, mas o governo se posicionou contra a mudança, alegando que representa custo extra às empresas em um cenário de petróleo barato —o preço do barril está abaixo de US$ 30.

DA REUTERS

A China ultrapasso­u a Alemanha no quarto trimestre como o país com maior capacidade instalada em energia solar, apesar de não ter cumprido a meta para a expansão da fonte em 2015, mostraram dados da indústria.

A capacidade instalada em energia solar fotovoltai­ca na China era de 43 gigawatts ao final do ano passado, com alta de 15 gigawatts ante 2014, apontou a Associação da Indústria Fotovoltai­ca da China.

O número ultrapassa os cerca de 40 gigawatts estimados para capacidade da Alemanha pela agência federal Fraunhofer ISE.

A capacidade instalada solar da Alemanha era de 38,24 gigawatts em 2014.

A Administra­ção Nacional de Energia da China tinha como meta acrescenta­r 23,1 gigawatts para a capacidade em usinas solares em 2015.

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