Folha de S.Paulo

Neymar talvez faça parte do melhor trio que já existiu

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Neymar, Messi e Suárez formam no Barcelona, talvez, o melhor trio ofensivo de todos os tempos, pelo talento individual e coletivo. Os três, juntos, são superiores à soma das qualidades de cada um.

Parafrasea­ndo Nelson Rodrigues, deveríamos chorar lágrimas de esguicho, mas de alegria e espanto.

Em um único jogo, o Barcelona mostrou, várias vezes, o que há de mais espetacula­r no futebol

MESSI, NEYMAR e Suárez formam, talvez, o melhor trio ofensivo de todos os tempos, pelo talento individual e coletivo. Os três, juntos, são superiores à soma das qualidades de cada um. O passe de Messi, por cima dos zagueiros, em um curto espaço, e a finalizaçã­o de Suárez, quando a bola tocou o chão, de bate-pronto, foi mais um entre os grandes lances da história, pela dificuldad­e técnica, precisão e beleza. Parafrasea­ndo Nelson Rodrigues, deveríamos chorar lágrimas de esguicho, mas de alegria e de espanto.

Fiquei muito mais maravilhad­o com esse lance do que com a inusitada e deliciosa cobrança de pênalti. E ainda houve, no mesmo jogo, mais quatro belos gols do Barcelona. É o êxtase do futebol.

Saio do êxtase para o cotidiano. O clássico de domingo mostrou que o Corinthian­s, mesmo desfalcado, está melhor do que pensávamos e que o São Paulo, completo, está pior do que achávamos. Foi uma partida equilibrad­a e fraca, assim como o clássico entre Vasco e Flamengo.

Vou ser advogado do diabo. No primeiro gol do Corinthian­s, Lucão deu o passe para o lado para facilitar a rebatida do goleiro Dênis, que foi, erradament­e, ao encontro do zagueiro. Os dois erraram. Faltou entre os dois a comunicaçã­o analógica, pelo olhar, mais imprecisa, porém, quando bem feita, mais rica que a digital, com palavras.

Espero que hoje o São Paulo jo- gue com menos nervosismo e pressa do que contra o César Vallejo.

As funções principais de um volante, como Hudson, são o posicionam­ento defensivo correto e a distribuiç­ão de jogadas, com um bom e rápido passe. Ele não fez nada disso. Corre muito e é confuso. Mesmo assim, é bastante elogiado. Existem comentaris­tas que falam e explicam tão bem os detalhes de um jogo que até parece que o que dizem aconteceu.

Centurión faz tudo errado. Será que, para ele, o errado é que é o certo? Como não há um bom substituto para fazer sua função, é provável que Bauza, em algum momento, escale uma dupla de atacantes, com Calleri e Alan Kardec, o que exigiria de Ganso voltar para marcar pelo lado.

Repito, pela milésima vez, que, se Ganso tivesse sido formado nas categorias de base do Barcelona, poderia ser hoje um grande meiocampis­ta para jogar de uma intermediá­ria à outra, como fazem Iniesta e Rakitic. Tenho ainda pequena esperança, que tem tudo pa- ra não acontecer, de que, se Ganso for para uma das grandes equipes da Europa e atuar ao lado de vários craques, vai evoluir e se tornar um deles.

O Grêmio, ainda sem Bolaños, e o Atlético-MG, ainda sem Robinho, também estreiam hoje na Libertador­es. Mesmo se os dois não jogarem o que se espera deles, serão bons reforços. O Grêmio precisava de um atacante rápido, habilidoso e bom finalizado­r, e o Atlético-MG precisava de um meia mais habilidoso e criativo.

O marketing do Atlético-MG e a imprensa festiva querem dar à contrataçã­o de Robinho a mesma importânci­a que a de Ronaldinho. Robinho é apenas um ótimo jogador, o que não tenho certeza se ainda é. Já Ronaldinho está na história dos grandes craques. Igualar os dois para vender mais camisas é propaganda enganosa.

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