Ex-presidente não terá que depor hoje sobre tríplex em SP

Lula e Marisa Letícia seriam ouvidos em inquérito que apura suspeitas sobre tríplex em condomínio em Guarujá

O Conselho Nacional do Ministério Público adiou depoimento nesta quarta (17) do expresidente Lula e da mulher, Marisa, em inquérito que apura a ligação deles com um tríplex em Guarujá (SP). O órgão aceitou representação contra um promotor do caso.

Membro do Conselho Nacional do Ministério Público acolheu pedido de deputado do PT, que criticou promotor

Uma decisão liminar do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) suspendeu na noite desta terça (16) o depoimento do ex-presidente Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, ao Ministério Público de São Paulo, que estava previsto para esta quarta (17).

Os dois foram intimados a depor sobre a situação do tríplex no condomínio Solaris, em Guarujá (SP), e suspeitas de irregularidades na transferência para a empreiteira OAS de obras inacabadas da cooperativa Bancoop.

Esse seria o primeiro depoimento de Lula na condição de investigado. No entanto, segundo a Folha apurou, a ida do casal era incerta.

A suspensão do depoimento foi determinada pelo conselheiro Valter Araújo, que atendeu a pedido do deputado Paulo Teixeira (PT-SP). O petista questionou a legitimidade do promotor Cassio Conserino para conduzir o inquérito, que teria que ter entrado no sistema de distribuição da Promotoria. O deputado contou com orientação de pessoas do entorno de Lula.

Araújo avaliou que é melhor paralisar o caso para não arriscar a investigação. “O referido princípio [promotor natural] visa não só à preservação da independência do membro do Ministério Público, como, também, à proteção da sociedade”, disse. A suspensão vale até que o plenário do CNMP avalie o caso.

O conselheiro afirmou ainda que as notícias de que grupos favoráveis e contrários a Lula protestariam em frente ao fórum poderia “comprometer o regular funcionamento e a segurança” do local.

Atualmente, o tríplex está em nome da OAS. Lula afirma que chegou a pagar cota que daria direito a uma unidade no condomínio da Bancoop, mas que desistiu de comprar o imóvel. (MÁRCIO FALCÃO, DÉBORA ÁLVARES, MARINA DIAS E BELA MEGALE)