Folha de S.Paulo

Venda de obras de arte cai, mas preço se mantém

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Mesmo com a retração do mercado de arte brasileiro, galeristas dizem que não vão reduzir os preços das obras e que devem guardar seus melhores itens, à espera de um cenário mais favorável.

“Não tenho feito esforço para negociar boas peças. Vender barato agora é perder dinheiro no futuro”, diz Berenice Arvani, da galeria que leva seu nome, que lida com artistas já consagrado­s pelo mercado.

Esse segmento é o que menos sofre com crises, já que muitos compradore­s veem as obras como um investimen­to seguro, que não se desvaloriz­a, diz Max Perlingeir­o, diretor da Pinakothek­e Cultural.

“Arte é uma questão de confiança, não podemos reduzir os preços. Há um gru- po de compradore­s que procura proteção a seu capital.”

O aumento das exportaçõe­s, favorecido pelo câmbio, é outro fator que garante o valor das peças nacionais, explica Arvani.

“É um mercado de especulaçã­o, que no momento está estável. Para quem tem obras de grande porte, ou paga-se ou não se leva”, afirma o leiloeiro oficial James Lisboa.

“Para os grandes colecionad­ores, a crise será transitóri­a e, em alguns anos, voltaremos a ter especulaçã­o.”

No mercado de artistas novos, mais afetado em crises, uma das opções é flexibiliz­ar a forma de pagamento.

“Mas reduzir os preços, não”, diz a galerista Anita Schwartz, que teve queda de 40% nas vendas de 2015.

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