CPI do BNDES não propõe indiciar os investigados
Relator se queixou da falta de documentos
O relatório final da CPI do BNDES apresentado nesta terça-feira (16) pelo deputado José Rocha (PR-BA), relator da comissão, não propôs o indiciamento de nenhum dirigente do banco, nem empresários ou políticos já investigados por possíveis relações com problemas em financiamentos.
A CPI ainda tem até a próxima semana para votar o texto, aprovando-o (o que é mais comum) ou rejeitando-o.
Em diversos pontos do relatório há queixas sobre a falta de documentos necessários para avaliar se os financiamentos foram regulares.
A Folha apurou que a ausência de indiciamentos e de acusações mais graves deve levar a oposição a apresentar um voto paralelo.
Em relação a um dos casos mais polêmicos envolvendo o BNDES, os financiamentos superiores a R$ 300 milhões ao grupo São Fernando, ligado ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, Rocha escreveu que “não foi possível apurar se houve irregularidades na condução do negócio pelo banco, porque não chegaram até esta CPI os documentos de análise que subsidiaram as decisões”.
A CPI do BNDES foi instalada em agosto do ano passado e, apesar de ter entregue subrelatorias a deputados oposicionistas, teve um parlamentar alinhado ao governo como relator, o que garantiu um parecer final mais neutro, sem sugestões mais críticas.