Cunha quer barrar torcidas e levar parentes à votação
DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que deve colocar em parte da galeria do plenário da Casa parentes de deputados durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff. Ele ainda pretende evitar a presença de manifestantes dentro do plenário.
Questionado sobre como será a segurança nos dias da votação, Cunha afirmou que se reunirá nesta segunda (11) para definir as restrições de acesso. “Vou tentar definir um critério qualquer”, disse.
“Os parlamentares querem trazer os seus parentes, filhos, esposas, maridos. Provavelmente vamos ter de usar a galeria para uma parte da imprensa. Provavelmente vamos ceder [parte da galeria] para os parlamentares que querem trazer seus familiares.”
Segundo Cunha, o limite da galeria, na parte de cima do plenário, é de 250 pessoas. “Você não vai conseguir atender na galeria todo mundo e vai gerar briga por ocupação, provavelmente claque, e não é esse o objetivo”, afirmou.
A previsão é de que a votação tenha início na sexta (15). Isso porque, votando o relatório da comissão especial na segunda (11), ele será lido em plenário na terça e publicado no Diário da Câmara na quarta. A partir de então, serão contadas 48 horas para o início da discussão e votação no plenário.
Cunha já estimou que o debate e a votação no plenário podem durar até três dias —o que levaria seu desfecho para o domingo (17).
Os parlamentares governistas contestam a votação no fim de semana, e já chegaram a dizer que o presidente da Câmara quer um “cadáver”, já que a votação num domingo poderia gerar uma grande mobilização popular e, possivelmente, confrontos.
O presidente da Câmara disse não ter “dia definido” para a votação. “O dia depende da sequência do calendário.”
“A adesão popular acontecerá seja qual for o dia da votação. (...) Não vejo isso [votação no domingo] como estímulo ou desestímulo. Vejo isso como consequência normal de um processo que precisa ser encerrado”, disse. (IF)