Folha de S.Paulo

Convertido ao centro, Humala deixa governo no Peru mal avaliado

Temido por seu nacionalis­mo, político abriu país para investidor­es e reduziu índice de pobreza

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Para analistas, faltou renovar infraestru­tura e defesa e consolidar classe média; histórico local é antigovern­o

com o Congresso. Nos últimos dois anos de mandato, surgiram casos de corrupção envolvendo a primeira-dama, Nadine Heredia, também líder do partido governista.

Na região andina, onde os níveis de aprovação de Humala são ainda mais baixos, ao redor de 8%, a reclamação é a de que o mandatário deixou de proteger as comunidade­s indígenas, liberando a mineração em áreas de patrimônio ambiental e histórico.

Seu mandato termina em 28 de julho, mas Humala não deixará a política: ele anunciou que pretende reorganiza­r sua legenda, o Partido Nacionalis­ta Peruano.

“Vou consolidar o partido. Fizemos tanto esforço para ser governo que nos desestrutu­ramos como grupo. O Peru precisa de partidos para que a política deixe de ser tão personalis­ta.”

Promotores federais dos Estados Unidos revelaram pela primeira vez nesta sextafeira (8) detalhes das acusações de abuso sexual contra o ex-presidente da Câmara de Representa­ntes do americana J. Dennis Hastert, 74.

Segundo a Promotoria, Hastert molestou pelo menos quatro meninos enquanto trabalhou como técnico de luta em uma escola do interior do Estado de Illinois décadas atrás. As vítimas tinham em torno de 14 anos.

Hastert não está sendo processado pelos abusos em si, mas foi acusado no ano passado de estruturar um esquema ilegal de retirada de dinheiro que ele usava para pagar uma das suas vítimas. O dinheiro servia para tentar esconder o abuso.

Em outubro, ele se declarou culpado de violações bancárias. Um mês depois, sofreu um derrame enquanto aguardava a sentença, que deve ser anunciada no fim deste mês.

Segundo as informaçõe­s divulgadas pela Promotoria, Hastert foi professor em uma escola em uma pequena cidade no Estado de Illinois entre os anos 1960 e 1980.

Ele teria feito uma massagem em um dos garotos, e mantido um tipo de relação sexual não especifica­da com a mesma vítima.

Uma outra criança citada no caso disse ter sofrido abusos durante todo o período em que esteve no ensino médio na escola.

Os promotores dizem que a vida do ex-presidente da Câmara foi marcada pela hipocrisia, e que usou sua posição de autoridade como professor e técnico para tocar as crianças de forma imprópria.

A Promotoria disse acreditar ainda que Hastert deve ser condenado a seis meses de prisão. Ele pode continuar recebendo cuidados médicos mesmo preso.

Os advogados de Hastert não se pronunciar­am publicamen­te sobre o caso.

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