Aposta no impeachment faz Bolsa de SP subir 3,67%
Real também ganha força, após Janot defender anulação de indicação de Lula
Pesquisa do Datafolha que mostrou que 60% dos deputados estão a favor do impedimento agradou a investidores
O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, subiu 3,67% nesta sexta-feira (8), com os investidores aumentando as apostas de que ocorrerá o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O dólar também caiu com força, depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter defendido na quinta-feira (7) que o STF (Supremo Tribunal Federal) anule a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil.
O real teve a maior valorização ante o dólar entre as principais moedas globais. O dólar comercial (usado no comércio exterior) fechou em queda de 2,59%, a R$ 3,5970. A moeda americana à vista (referência para o mercado financeiro) terminou em baixa de 2,10%, a R$ 3,6256.
Para analistas, a recomendação de Janot enfraquece o cacife político de Lula nas negociações com deputados para garantir o voto contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff ou, ao menos, a ausência na votação.
A Câmara dos Deputados prevê votar o pedido de abertura contra Dilma no dia 17.
Um outro fato que pesou para a alta da Bolsa (chegou a ter valorização de 4,07%, antes de frear os ganhos no fim do dia) e a queda do dólar foi o aumento do número de deputados dispostos a votar a favor do impeachment, como mostrou levantamento do Datafolha —60% dos parlamentares disseram ser favoráveis ao impedimento da presidente.
Os papéis do setor financeiro fecharam em forte alta: as ações ordinárias do Banco do Brasil subiram 11,52%, as preferenciais do Itaú Unibanco avançaram 6,30%, e as do Bradesco, 4,93%.
Os papéis preferenciais da Petrobras subiram 7,27%, para R$ 8,26, e os ordinários ganharam 5,53%, para R$ 10,49. As ações preferenciais da Vale avançaram 8,35%, para R$ 12,19, e os ordinários tiveram alta de 8,19%, para R$ 16,24. Brent (referência para a Petrobras) foi para US$ 41,94. A alta aconteceu depois de relatório mostrar que as reservas de petróleo dos EUA caíram, o que fez crescer as apostas de que as empresas americanas estão cortando a sua produção.
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