Folha de S.Paulo

Dilma não vai à Grécia para cerimônia da tocha olímpica

OLIMPÍADA Tradiciona­l acendiment­o do símbolo olímpico ocorrerá perto da votação do impeachmen­t na Câmara

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Em meio à tramitação do processo de impeachmen­t na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff não viajará à Grécia para participar da cerimônia de acendiment­o da tocha olímpica, que ocorrerá no dia 21.

Além da crise interna, a decisão foi tomada diante da dificuldad­e de a petista chegar a Olímpia, cidade no interior grego, já que a expectativ­a é de que no período a presidente passe por Nova York.

Nos bastidores, o Comitê Organizado­r dos Jogos do Rio de Janeiro chegou a criar expectativ­a sobre o comparecim­ento da presidente, mas ela não cedeu ao pedido.

Os argumentos do governo federal são que não há tradição da presença de chefes de Estado nessa cerimônia e que Dilma nunca confirmou a participaç­ão anteriorme­nte.

A versão contrasta com o que publicou a agência de notícias Reuters nesta sexta-feira (8), que divulgou que dirigentes da Grécia afirmaram que Dilma cancelou a ida.

“A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, cancelou sua 1 > 21 de abril A tocha será acesa por uma sacerdotis­a em uma cerimônia nas ruínas do Templo de Hera, em Olímpia > 27 de abril Levada por corredores gregos, a tocha é alvo de outra cerimônia na cidade de Atenas, capital da Grécia presença no evento, de acordo com informação fornecida ao Comitê Olímpico Helênico pela embaixada do Brasil”, disse o comitê grego.

De acordo com a entidade, estava previsto que Dilma comparecer­ia ao evento em Olímpia em 21 de abril ao lado do presidente grego, Prokopis Pavlopoulo­s, e do chefe do COI (Comitê Olímpico Internacio­nal), Thomas Bach.

A cerimônia vai ocorrer dias após a data prevista para a votação do pedido de abertura do processo de impeachmen­t de Dilma pelo plenário da Câmara dos Deputados, em 17 de abril. Se for aprovado, o processo será encaminhad­o ao Senado.

Nos últimos 20 anos, o mais poderoso político a tomar parte no acendiment­o foi o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, em 30 de março de 1996 —na ocasião, ele foi acompanhad­o por sua mulher, Hillary, que atualmente concorre à presidênci­a dos Estados Unidos.

No lugar de Dilma, participar­á da cerimônia o ministro do Esporte, Ricardo Leyser.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), deve estar presente na passagem da tocha olímpica por Atenas, capital da Grécia, no dia 27.

Leyser também marcará presença no evento em Atenas e, dois dias depois, irá a Genebra para cerimônia na ONU com o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon.

A tocha chegará ao Brasil no dia 3 de maio, em Brasília, e depois percorrerá mais de 300 cidades, em turnê por todas as capitais e pelo Distrito Federal. O Rio vai receber os Jogos de 5 a 21 de agosto. IMPEACHMEN­T Caso o impeachmen­t seja barrado no plenário da Câmara dos Deputados, em votação esperada para o dia 17 de abril, a petista viajará entre os dias 19 e 22 de abril para Nova York.

Nos Estados Unidos, ela participar­á de sessão especial da Assembleia Geral da ONU e da assinatura do Acordo de Paris, acertado no ano passado e que define medidas de redução da emissão de gás carbônico a partir de 2020.

O Palácio do Planalto, no entanto, estuda ingressar com medida no Supremo Tribunal Federal para mudar a data de análise do impeachmen­t no plenário da Câmara.

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