Temer é contra o aumento de impostos, diz Skaf, da Fiesp
Presidente da Fiesp afirmou que Temer evita firmar compromissos até a votação do impeachment no Senado
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de SP, Paulo Skaf, disse, após encontro em Brasília com Michel Temer, que o vice-presidente é contrário ao aumento de impostos.
Defensor da saída de Dilma Rousseff e crítico da carga tributária vigente, Skaf entregou propostas para retomada docrescimento.
Peemedebista passou o fim de semana recebendo políticos; Serra foi ao Jaburu na noite de domingo
Após encontro de seis horas com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) no Palácio do Jaburu, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, disse neste domingo (24) que o peemede- bista se mostrou contrário ao aumento de impostos, mas que evitou firmar compromissos até que ocorra a votação do impeachment no Senado.
Segundo Skaf, Temer ouviu atentamente as propostas da federação, que incluem a realização de um ajuste fiscal sem que haja aumento tributário —o que, para Skaf, esfriaria ainda mais a economia. “Só tem uma forma de aumentar a arrecadação: com a retomada do crescimento do país.”
Para o empresário, há uma falta de confiança no atual governo e na presidente, Dilma Rousseff. Ele criticou propostas da petista que incluíam o aumento de impostos para ajudar a recuperar a economia, como a retomada de um tributo nos moldes da CPMF.
Auxiliares de Temer já admitem, porém, reservadamente, a criação de um novo imposto, como mostrou a coluna Painel deste domingo.
Skaf é um dos principais apoiadores da saída de Dilma. A Fiespcomandaacampanha “Não vou pagar o pato”, contra o aumento de tributos. O pato amarelo que é símbolo da ação virou ícone das mani- festações contra a presidente.
À noite, depois de se encontrar com Skaf, Temer recebeu para um encontro o senador José Serra (PSDB-SP). O tucano chegou ao Jaburu por volta de 21h e saiu do local, sem dar declarações, cerca de duas horas depois.
Serra está no grupo do PSDB que defende o apoio a um eventual governo Temer, com o partido assumindo cargos. Amigo do vice, ele é apontado como ministeriável.
Temer passou o fim de semana dando continuidade à série de encontros que tem realizado com políticos e economistas que o aconselham na montagem de seu eventual governo, que pode ser instalado se o Senado aprovar o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo. A votação ocorrerá em maio.
No sábado, o vice recebeu o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o exministro do governo Dilma Gilberto Kassab, presidente do PSD. Meirelles, segundo a Folha apurou, foi sondado sobre a possibilidade de assumir o Ministério da Fazenda. Para isso, ele pediu liberdade para ALVORADA Enquanto as atenções se concentravam ao redor do Palácio do Jaburu, residência de Temer, a presidente Dilma se reuniu com seu assessor especial Giles Azevedo e o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.
O encontro se deu às vésperas de o Senado instalar a comissão especial do impeachment, o que deve ocorrer nesta segunda (25).
(NATÁLIA CANCIAN E MARIANA HAUBERT)