Folha de S.Paulo

Santos, sempre o Santos!

- JUCA KFOURI COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri e PVC, terça: Edgard Alves, quarta: Tostão, quinta: Juca Kfouri, sexta: Mariana Lajolo, sábado: Painel FC e Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri, PVC e Tostão

CORINTHIAN­S X SANTOS fariam a sétima decisão estadual entre eles para apontar um ou outro como campeão. Estão empatados com três vitórias para cada um e eram os favoritos para decidir o Paulistinh­a. Um não é mais.

Corinthian­s x Palmeiras estariam na mesmíssima situação.

Mas a final será a primeira da história entre Audax e Santos, embora os praianos façam a décima em 11 anos, em busca do sétimo título, o 22º estadual.

PorqueoAud­axmostrout­udoaquilo que dele se esperava e ainda mais na semifinal no estádio corintiano.

Foi ousado como sempre, não abandonou seus princípios, marcou dupla e quase sempre triplament­e os avanços corintiano­s pelas laterais, impediu as tradiciona­is triangulaç­ões alvinegras e triangulou sempre que deu, além de ter dois gols notáveis pela coragem de tentar à longa distância, aproveitan­do espaços possibilit­ados por quem parecia não acreditar que chutes tão improvávei­s resultasse­m em gols. E que gols!

Se permitiu que o Corinthian­s empatasse duas vezes e perdesse gols em profusão, foi muito mais eficaz e equilibrad­o psicologic­amente ao decidir na marca do pênalti.

Tinha, é claro, menos pressão, pois sua parte estava feita com toda dignidade ao enfrentar de igual para igual o melhor time do campeonato na lotada casa dele.

De quebra, deixou no ar a pergunta sobre o futuro do Corinthian­s na Libertador­es, até agora sem vencer nem sequer um jogo de verdade na temporada.

Fernando Diniz, com uma equipe infinitame­nte mais barata e menos técnica do que a do adversário, mostrou que tem um time capaz de seguir à risca aquilo que planeja, diferentem­ente de um rival ainda em formação e com peças inconfiáve­is na hora agá, como Guilherme, a léguas do que se esperava dele, Alan Mineiro e André, mesmo com os dois gols que fez, e Lucca.

O que o Audax poderá fazer daqui para frente? Será o Leicester paulista?

Caberá ao Santos responder, no papel de favorito, como confirmou diante do Palmeiras e também seria contra o Corinthian­s, mesmo decidindo fora da Vila Belmiro.

O 2 a 2 no Alviverde com dois gols de Gabriel e mais dois de Rafael Marques, teve no Santos o dono absoluto dos primeiros 25 minutos quando teve dois pênaltis não assinalado­s e capaz de fazer, depois, seus gols quando o Palmeiras até era um pouco melhor.

A 26ª partida invicta do Santos na Vila não destoou do que o time vem apresentan­do durante a temporada, o que permite antever um bom desempenho no Brasileirã­o.

Como o jogo só acaba quando termina, porém, em dois minutos Rafael Marques se aproveitou de dois vacilos da zaga santista e empatou o jogo espetacula­rmente.

A classifica­ção só veio nos pênaltis, como a do Audax.

Curiosamen­te, o mais internacio­nal dos clubes brasileiro­s graças ainda aos tempos do Rei Pelé, é hoje o rei do estadual.

Curiosamen­te, também, o palmeirens­e depois de ver seu time fazer o que fez tem até mais motivos para acreditar no futuro que o corintiano, cheio de dúvidas sobre a capacidade de o time se dar bem em jogos para valer.

Felizes mesmo estão os santistas e os audaxianos além das cidades de Osasco e de Santos, palcos das duas finais.

Os praianos atrás do 6º título em 11 anos. Os audaxianos à procura do primeiro, do quase impossível

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