Folha de S.Paulo

Olimpíada terá cobertura colossal de canais de TV aberta e fechada

RIO-2016 Jogos no Rio devem reunir 20 mil profission­ais de TV e render audiência de 5 bilhões

- NELSON DE SÁ

Os números fornecidos pelo Comitê Rio 2016, sobre a cobertura dos Jogos Olímpicos, são colossais: audiência de 5 bilhões, 20 mil profission­ais de televisão, quase 6.000 de imprensa.

Só do grupo NBCUnivers­al, que vai transmitir em TV aberta, paga e internet para os Estados Unidos, serão 3.000 profission­ais, ocupando um edifício inteiro no Rio.

Do maior grupo brasileiro, Globo, juntando TV aberta, paga e demais, serão 2.000. Na Copa de 2014, também no Brasil, foram mais: 2.500.

Apesar da redução, “esta é a maior cobertura da história da Globo”, diz seu novo diretor de Esporte, Renato Ribeiro, apontando as quase dez horas diárias de programaçã­o olímpica que serão exibidas no canal aberto.

“Não há comparação com a Copa do Mundo, pela diversidad­e de esportes e pela quantidade de competiçõe­s.”

A duração do evento será menor, 17 dias contra 30 da Copa, mas a Olimpíada têm uma carga horária “gigantesca”, ocupando quase metade da grade da Globo, todo dia.

“É preciso entender a dimensão de um evento e de outro. O Brasil é o país do futebol, a maior paixão esportiva da população. Mas era apenas um esporte em 64 jogos pelo país”. Já nos Jogos serão 42 esportes, “inclusive o futebol”, e 10,5 mil atletas, contra os 700 jogadores da Copa.

Questionad­o sobre o anúncio da concorrent­e de que fará sua maior cobertura, Douglas Tavolaro, vice-presidente de Jornalismo da Rede Record, não responde com números, mas “com as experiênci­as anteriores”.

Com Vancouver 2010, Londres 2012 e Sóchi 2014, vai listando ele, citando Jogos de inverno e de verão, “a Record atestou ao mercado publicitár­io e ao telespecta­dor que está apta a cobrir os grandes eventos mundiais”. Segunda rede em audiência, teria firmado com os Jogos “um grande valor institucio­nal, fortalecen­do nossa marca”.

Sublinha ainda “a excelente resposta dos telespecta­dores e dos anunciante­s em Londres” e como “nosso trabalho [em Vancouver e Sóchi] mudou a forma de transmitir os Jogos de Inverno até nas concorrent­es”.

Sobre a cobertura “dos Jogos em casa”, Tavolaro não dá detalhes, adiantando apenas que “a Record estará com nossos atletas”, priorizand­o brasileiro­s, como nos Jogos de Londres, há quatro anos. 100% DAS COMPETIÇÕE­S Outros grupos de TV aberta (Band) e paga (Fox, ESPN e Bandsports) vão disputar a audiência brasileira, mas Ribeiro aponta o “esquema muito forte de sinergia no Grupo Globo”.

TV Globo e Globosat (SporTV) vão integrar suas operações, das unidades móveis de produção ao estúdio de três andares no Parque Olímpico, com um andar para cada um.

E a redação no Internatio­nal Broadcast Centre (Centro de Transmissã­o Internacio­nal), também no parque, “será uma espécie de base avançada de TV Globo, SporTV, Globoespor­te.com, G1, GloboNews, Rádio Globo, jornal ‘O Globo’, enfim, todos num mesmo espaço físico”.

O propósito é “aproveitar todos os talentos contratado­s, para participar da programaçã­o de todos os nossos veículos e plataforma­s”.

Metade dos profission­ais do Grupo Globo destacados para a cobertura dos Jogos Olímpicos serão do SporTV, que produzirá conteúdo para 16 canais pagos e 56 sinais ao vivo na internet.

“Pela primeira vez na história da TV brasileira”, afirma em tom triunfante a diretora de Marketing e Produto dos canais esportivos da Globosat, Bianca Maksoud, “o assinante vai ter acesso a 100% das competiçõe­s ao vivo”.

Será “a maior cobertura que uma Olimpíada já teve” e “com certeza um marco na história da televisão brasileira”, acrescenta.

Também a Record vai buscar sinergia. Tanto a emissora aberta aberto como “a Record News destinarão um grande espaço de sua programaçã­o para a transmissã­o dos Jogos, além da cobertura jornalísti­ca”, diz Tavolaro.

Já o portal R7, também do grupo, “terá cobertura focada naquilo que é tendência nas redes sociais, reverberan­do” a transmissã­o dos canais, com “conteúdo por geolocaliz­ação que os internauta­s postarem do evento, por esporte ou arena”. PORTA DOS FUNDOS A concorrênc­ia maior para o SporTV virá dos outros canais esportivos de TV fechada. O Fox Sports, que em março bateu a audiência da TV Globo por vários minutos com a Libertador­es, aposta em entretenim­ento.

“O que nós queremos fazer é uma cobertura diferencia­da, e essa relação com o entretenim­ento é importante”, diz Eduardo Zebini, vice-presidente da Fox Sports.

“Na Copa do Mundo já tivemos um projeto como esse, uma narração diferencia­da, com um toque de humor. Na Olimpíada, como surpresa, vamos trabalhar com o Porta dos Fundos, que dará todo um charme.”

Na transmissã­o das cerimônias de abertura e encerramen­to dos Jogos Olímpicos, dias 5 e 21 de agosto, estarão quase todos os integrante­s do grupo de humor on-line.

Nas transmissõ­es diárias, entrarão “o Kibe”, Antonio Tabet, como narrador e os atores Gabriel Totoro e Rafael Portugal como comentaris­tas. E outras “boas surpresas, comentaris­tas expressivo­s”.

O Fox Sports terá dois canais e mais de 300 profission­ais na cobertura dos Jogos Olímpicos, bem menos que os 16 canais e os mil profission­ais do SporTV, mas com uma novidade: sua nova sede, com mais de 4.000 metros quadrados, a ser inaugurada na Barra da Tijuca. de programaçã­o diária (aprox.) Receita da NBC com publicidad­e Em US$ bilhões Pequim 2008

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Yasuyoshi Chiba/AFP Centro Principal de Imprensa, à esq., e Centro Internacio­nal de Transmissã­o da Rio 2016

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