Rivais ganham oportunidade para coexistir com app
O WhatsApp não sofre prejuízo direto com a suspensão temporária do serviço no Brasil, dado que não tem receita com anúncios, mas concorrentes ganham espaço para crescer, afirmam analistas.
O Telegram disse, em sua conta no Twitter, que o aplicativo recebeu 1 milhão de usuários nesta segunda (2). Outros tantos aguardavam na fila para validação do telefone —a rede de celular do país não conseguiu processar todos os SMS de confirmação de cadastro, segundo o app.
Em dezembro de 2015, quando outra decisão judicial tirou o WhatsApp do ar por 12 horas, o Telegram disse ter obtido 5,7 milhões de novos usuários.
Apesar do crescimento, o número é ínfimo perto dos 100 milhões de pessoas que utilizam o app comprado pelo Facebook no Brasil.
Eduardo Tude, presidente da Teleco, diz que o ganho é temporário. “No fundo, as pessoas têm seus contatos no WhatsApp”, afirma.
Para Fabro Steibel, diretorexecutivo do ITS-RJ (Instituto Tecnologia e Sociedade) e professor da ESPM, o WhatsApp tem a maior população conectada e, por isso, seu mercado não está ameaçado.
“Quem tem mais usuários tem mais poder”, diz.
Para Steibel, se os usuários tiverem uma boa experiência em outros apps, podem dividir a comunicação entre eles.
Um exemplo citado por Steibel e também por Marilia Maciel, gestora do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV Direito Rio, é a comunicação por grupos.
Se usuários recriam o grupo do WhatsApp no Telegram e a comunicação é igualmente eficiente, então eles passam a coexistir. Esse fenômeno está ocorrendo desde dezembro, segundo eles.
Para Tude, a migração “definitiva” será mais provável se os bloqueios se repetirem com muita frequência.
Steibel traça um paralelo de WhatsApp e Telegram com Facebook e Snapchat. “Pessoas mais inovadoras podem atrair usuários para o Telegram. O WhatsApp pode virar coisa ‘de tio’, parecido com o Facebook, que é onde a sua mãe está, e o Snapchat, que é onde seus amigos estão”, diz. 2 3