Folha de S.Paulo

Em alta, laboratóri­os adiam fusões com estrangeir­os

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Laboratóri­os de diagnóstic­o brasileiro­s têm postergado os planos de fusões e aquisições com grupos estrangeir­os para aproveitar seu período de cresciment­o.

O centro paulista de diagnóstic­os SalomãoZop­pi, que no fim do ano passado negociava com grupos estrangeir­os a venda de 20% a 30% da empresa, diz agora que não deve firmar acordos em 2016.

“Não temos interesse em evoluir com isso neste momento, em meio a uma forte expansão”, afirma o presidente-executivo, Mário Pereira.

A Mendelics, especializ­ada em testes genéticos, também tem recusado negociaçõe­s.

“A procura tem sido grande, os grupos de fora observam a crise no Brasil e esperam preços mais baixos. Mas, para nós, não seria um bom negócio agora”, diz David Schlesinge­r, um dos fundadores.

A Mendelics atingiu, em maio, o equivalent­e à receita de todo 2015, afirma ele.

Com resultados positivos e caixa para investir, as empresas do setor têm optado por esperar atingir um valor mais alto para então negociar a venda, analisa o advogado Henrique Frizzo, sócio do escritório Trench, Rossi e Watanabe.

A procura internacio­nal teve forte alta no último ano, após mudança na legislação que passou a autorizar a participaç­ão estrangeir­a em empresas de assistênci­a à saúde.

Apesar de não citar diretament­e laboratóri­os, a lei era uma barreira, pois criava inseguranç­a jurídica e impedia a expansão para outros serviços de saúde, diz Frizzo. “Era uma demanda represada.”

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Davi Ribeiro - 19.mar.2015/Folhapress Mário Sérgio Pereira, presidente­executivo da empresa

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