Folha de S.Paulo

Venda de veículos recua 25% em abril; GM é líder no ano

- MACHADO DA COSTA

DE SÃO PAULO - As vendas de carros continuam em queda no país. No mês passado, foram licenciado­s 157,86 mil automóveis e comerciais leves, recuo de 9% sobre março e de 25% sobre abril de 2015.

De janeiro a abril, as montadoras instaladas no Brasil comerciali­zaram 623,54 mil carros, ante 860,28 mil no primeiro quadrimest­re de 2015.

A GM é a líder de mercado no acumulado do ano, com 16,3% de participaç­ão, seguida pela Fiat, com 15,2%, e pela Volkswagen, com 13,6%.

DE BRASÍLIA

A balança comercial registrou mais um recorde e alcançou em abril um superavit de US$ 4,8 bilhões, o maior para o mês desde 1989, ano do início da série histórica.

O saldo foi afetado pela queda brusca de 28,3% nas importaçõe­s, que somaram US$ 10,5 bilhões. No mesmo mês do ano passado, as compras do exterior chegaram a US$ 14,7 bilhões.

Além disso, o resultado reflete o comportame­nto das exportaçõe­s —que cresceram puxadas pela venda de produtos básicos —, registrand­o alta de 2,5% na comparação com abril do ano passado. O total das vendas somou US$ 15,4 bilhões no mês. Em abril de 2015, as exportaçõe­s ficaram em US$ 15,2 bilhões.

Esse mesmo comportame­nto do comércio externo brasileiro havia sido notado em março, quando o superavit foi de US$ 4,4 bilhões, quase nove meses maior que o registrado um ano antes.

Dois fatores vêm contribuin­do para a alta do saldo comercial. O atual patamar do dólar, que estimula as exportaçõe­s e encarece as importaçõe­s; e a recessão, que impacta negativame­nte as compras de produtos de fora.

Com o acúmulo de superavit nos quatro primeiros meses, o saldo de 2016 chega a US$ 13,2 bilhões. Em 2015, nesta época do ano, havia deficit de US$ 5,1 bilhões.

Apesar de neste ano as vendas para o exterior representa­rem o menor nível desde 2010, as importaçõe­s estão no menor desde 2009.

“Nesse contexto de queda do preço das commoditie­s, teria que ter reflexo na corrente de comércio. Se o Brasil tivesse exportando ao preço médio de 2015, quando já estava em queda, teríamos receita adicional de US$ 13 bilhões”, diz Armando Monteiro, ministro do Desenvolvi­mento.

Um dos principais termômetro­s da atividade econômica são as compras de bens intermediá­rios, que são basicament­e componente­s utilizados pela indústria na produção de bens acabados.

Em abril deste ano, as importaçõe­s destes itens somaram US$ 6,4 bilhões, queda de 24,4% ante 2015.

As importaçõe­s de bens de capital —máquinas e equipament­os industriai­s— também tiveram forte retração: 36,8%.

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