Entidades criticam indicação de bispo evangélico para Ciência
DE SÃO PAULO
A comunidade científica reagiu mal à perspectiva de ter o bispo licenciado da Igreja Universal e presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, diante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em um eventual governo Temer.
A professora Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), disse que “tem notícias que é melhor a gente ler e voltar para a cama”. Para ela, escolha de Pereira não deixa dúvidas de que ministério virou moeda de troca política.
“Nada contra religião, mas não dá para misturar fé com ciência, isso é um retrocesso imenso. O que precisamos é de uma pessoa empenhada no progresso científico e que tenha conhecimento técnico a nos acrescentar, não de uma pessoa com a uma agenda religiosa.”
Nader critica o troca-troca de ministros durante o segundo mandato de Dilma —cinco serevezaramnapastaempouco mais de um ano—, mas afirma que, apesar da durabilidade das gestões, os projetos foram mantidos, assim como a orientação do ministério.
JáopresidentedaAcademia Brasileira de Ciências, Jacob Palis, evitou comentar o fato de o possível futuro ministro ser bispo. “O que esperamos é que a pessoa a ser indicada para o ministério esteja afinada com a comunidade científica e tecnológica, independentemente de quem seja.”
Procurada, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) não quis se posicionar. CRIACIONISMO (JULIANA CUNHA E PAULA REVERBEL)