Justiça da Argentina investiga ligação de Macri com offshores
Empresas em paraísos fiscais são citadas nos “Panama Papers”
A Justiça argentina contatou Panamá e Bahamas para saber qual a ligação do presidente Mauricio Macri com as empresas offshores Fleg Trading Ltd. e Kagemusha SA.
No início de abril, a investigação internacional de documentos vazados de um escritório de advocacia panamenho que intermedeia a abertura de empresas offshores para estrangeiros, conhecida como “Panama Papers”, citou o mandatário argentino entre os diretores das companhias nos paraísos fiscais.
Nesta terça (3), Macri afirmou ser “muito bom” que o juiz federal Sebastián Casanello solicite informações adicionais a outros países.
“Ele tem que fazer todas as requisições que considerar necessárias para confirmar se o que eu digo é verdade ou não. Isso é atuar em um país onde a Justiça trabalha de forma independente.”
Segundo o documento enviado a Bahamas e Panamá, a Justiça da Argentina quer saber se o presidente omitiu as empresas de propósito de sua declaração de bens, se elas cometeram alguma infração e se, nesse caso, Macri teve participação nos atos.
Poucos dias após a divulgação do suposto envolvimento do dirigente com offshores, advogados de Macri pediram à Justiça uma “declaração de certeza” —docu- mento que juízes podem emitir após checarem a veracidade de informações.
O presidente afirma que nunca declarou as empresas por não ter ativos da sociedade nem haver recebido pagamento delas. Segundo a Casa Rosada, Macri foi designado “ocasionalmente” diretor das offshores por elas serem propriedade de sua família.