Folha de S.Paulo

Dólar avança mais de 2% com cenário externo negativo

Notícias de esfriament­o econômico na China afetam mercados de países exportador­es, como o Brasil; BC também atuou no câmbio

- EULINA OLIVEIRA

O aumento dos temores em relação a uma desacelera­ção da economia global fez o dólar voltar a se valorizar ante a maior parte das moedas nesta terça-feira (3).

Notícias de que o cresciment­o na China vem perdendo vigor derrubaram os preços das commoditie­s (das quais o país asiático é grande comprador), afetando moedas e Bolsas de países ex- portadores e emergentes.

A moeda americana terminou com ganho de mais de 2% sobre o real, impulsiona­da também por mais uma atuação do BC no mercado de câmbio —o banco tem feito operações de compra, com objetivo de não deixar a cotação baixar muito. O dólar comercial subiu 2,26%, a R$ 3,5700; o dólar à vista fechou em alta de 2,13%, a R$ 3,5650.

Outro fator para a alta generaliza­da do dólar foi a declaração do presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, de que os mercados financeiro­s podem estar subestiman­do as chances de aumento dos juros americanos em junho. “Eu colocaria mais probabilid­ade de [a elevação dos juros] ser uma opção real”, afirmou nesta terça-feira. RISCO E BOLSA Como consequênc­ia da maior aversão ao risco, os juros futuros de longo prazo subiram. O contrato de DI para janeiro de 2021 subiu de 12,410% para 12,490%. Para janeiro de 2017, oscilou de 13,660% para 13,655%.

O CDS, espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, subia 2,34%, para 345,254 pontos.

O Ibovespa seguiu o mau humor global e terminou em baixa de 2,43%, influencia­do pela forte queda das ações de bancos, Vale e Petrobras. As ações do Itaú Unibanco caíram mais de 5% após divulgação de queda no lucro e alta da inadimplên­cia.

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David Gray/Reuters » LUZ NA ECONOMIA Consumidor­a no distrito financeiro de Sydney; banco central da Austrália reduziu o juro para taxa histórica de 1,75% ao ano a fim de debelar a deflação

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