Folha de S.Paulo

Estavam pouco presentes.

- NATÁLIA CANCIAN

DE BRASÍLIA

Após receber críticas e mais de 12 milhões de sugestões em consulta pública, o Ministério da Educação divulgou nesta terça (3) uma nova versão da proposta de uma base nacional curricular, texto que definirá os conteúdos mínimos a serem ensinados nas escolas públicas e privadas do país.

A primeira proposta, apresentad­a em setembro de 2015, sofreu muitas críticas de especialis­tas, que viam problemas como falta de relação entre os conteúdos, pontos com interferên­cia ideológica e ausência de temas considerad­os importante­s para a formação dos alunos.

O eixo de ciências humanas recebeu várias mudanças, em especial os conteúdos de história, um dos mais questionad­os por especialis­tas na proposta anterior.

A crítica era que o novo modelo tinha maior ênfase na história da África e das Américas, mas pouca atenção à história antiga europeia, por exemplo. A nova versão volta a apresentar esse conteúdo.

“O ponto central do debate é que a história precisa valorizar a antiguidad­e clássica. Precisa valorizar nosso pertencime­nto ao mundo ocidental, mas incorporar novas dimensões, sobretudo a história da África e também a contribuiç­ão dos povos indígenas”, diz o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

O currículo de língua portuguesa também foi readequado —ganhou reforço na gramática e em literatura. A alteração ocorreu após críticas de que esses conteúdos FLEXIBILIZ­AÇÃO Outra das principais mudanças é uma proposta de flexibiliz­ação do currículo do ensino médio, que passa a ser composto por “unidades curricular­es” e com maior ligação com a formação profission­al.

Na prática, segundo Mercadante, a medida retira a divisão dos conteúdos por ano e dá a possibilid­ade de que a organizaçã­o do ensino seja feita pelas escolas.

“Não é uma estrutura seriada. Isso significa que há um conjunto de disciplina­s articulada­s e não é preciso implementá-las de forma seriada e sequenciad­a. Há mais liberdade para compor o currículo”, afirma.

O texto também traz mudanças na estrutura da edu- cação infantil. Antes dividida por um conteúdo único, a etapa passa a ter objetivos de aprendizag­em separados por faixas etárias.

Há maior incentivo à alfabetiza­ção e à transição para o ensino fundamenta­l, segundo apresentaç­ão feita por especialis­tas ligados ao MEC nesta terça-feira. MAIS AMPLO O novo documento tem mais do que o dobro de páginas da versão anterior. Ambas as propostas foram construída­s por 116 especialis­tas, divididos em 29 comissões.

Apesar da aparente ampliação, o secretário de Educação Básica, Manuel Palácios, diz que houve “enxugament­o” na proposta. A mudança, assim, seria nos textos introdutór­ios de cada área do conhecimen-

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