Folha de S.Paulo

Evitaria mais desgastes

- POLÍTICAS SOCIAIS

locar o projeto para votação nesta quarta (4). É a última cartada da base aliada do prefeito Fernando Haddad (PT) para tentar a aprovação.

Mesmo se a Câmara não votar, Haddad vai regulament­ar o serviço por decreto, conforme a Folha mostrou na semana passada. É isso que boa parte dos vereadores quer.

O fim da discussão na Casa evitaria mais desgastes para vereadores, já que taxistas ameaçam novos protestos, como o da semana passada. Eles ameaçam “parar a cidade” caso o Uber seja legalizado. Acusam o aplicativo de concorrênc­ia desleal.

“O prefeito, então, que faça por decreto e tire esse in-

JOSÉ POLICE NETO (PSD)

vereador autor do projeto inicial sobre o Uber ferno da Câmara”, disse Nelo Rodolfo (PMDB), durante a reunião de líderes de partido nesta terça (3). Representa­nte de interesses dos taxistas, Adilson Amadeu (PTB) apresentou um requerimen­to com assinatura­s de líderes de oito partidos (PSDB, PTB, PV, PR, DEM, PRB, PSB e PP) para retirar o projeto da pauta.

“O Executivo não quer conversar com os taxistas. Para o bem da cidade de São Paulo e para o [fim do] desgaste que estamos tendo, o prefeito tem que recuar”, disse Amadeu. Entre os petistas, o líder do partido na Casa, Senival Moura —ligado a donos de empresas de transporte público— também é contra a discussão do projeto.

Tatto insistirá na votação nesta quarta. “A posição do governo é debater e votar amanhã [quarta]. O prefeito dialoga com todo mundo, o que não dá é que uma categoria se torne dona da cidade.”

Mesmo Ricardo Young (Rede), favorável ao Uber, diz que não é hora de votar o texto. “Podemos, sim, regulament­ar sem deixar os taxistas vulnerávei­s. Seria temerário o prefeito impor uma decisão aqui. Os vereadores estão sinalizand­o que queremos avançar na solução dos conflitos existentes. Por que não dar um passo para trás para dar dois à frente?”, disse.

Para José Police Neto (PSD), autor do projeto inicial sobre o Uber, a Casa deveria votar. “A ausência de solução leva à animosidad­e do lado de fora. A gente optou de se furtar da decisão quando tínhamos que ir até o fim.”

A ausência de solução leva à animosidad­e do lado de fora. A gente optou de se furtar da decisão quando tínhamos que ir até o fim

DE SÃO PAULO - A Folha e a Fundação Tide Setubal realizam neste mês uma série de rodas de discussão sobre cidade, periferia e políticas sociais.

Os debates reunirão especialis­tas e líderes comunitári­os em mesas temáticas realizadas em diferentes regiões de São Paulo. Serão abordados a influência do território na vida de quem habita os grandes centros urbanos e os meios de corrigir desigualda­des.

O primeiro evento acontece na próxima sexta (6), às 14h, na USP Leste (rua Arlindo Béttio, 1.000). A roda inicial vai abordar liberdade de expressão, mobilidade e equidade.

Os debatedore­s serão a professora Neli Aparecida de Mello-Théry, especialis­ta em políticas públicas, Antonio Eleilson Leite, coordenado­r de cultura da ONG Ação Educativa, Eduardo Vasconcell­os, da Associação Nacional dos Trans-

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Danilo Verpa/Folhapress » NOVA COR Faixa de pedestres diagonal na esquina das avenidas São João e Ipiranga, no centro de SP, teve a cor azul trocada pela verde; mudança segue novo padrão identifica­dor

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