Folha de S.Paulo

Orçamento de 2016 é o menor da Flip nos últimos 6 anos

Pelo segundo ano seguido, evento não terá apresentaç­ão de um músico renomado para fechar primeiro dia da festa

-

Flipinha, programaçã­o infantil do festival, não terá mais tenda própria; organizaçã­o não descarta realizar novos cortes FOLHA

Neste ano a crise econômica virou mesmo uma questão para a Flip. Em valores corrigidos pela inflação anual, o orçamento previsto de 2016 — R$ 6,8 milhões— é o menor da festa literária desde 2010. Até agora, o evento captou R$ 5,8 milhões via leis de incentivo.

“Temos a busca de fazer mais com menos. Foi preciso criativida­de”, diz Mauro Munhoz, diretor da Casa Azul, organizaçã­o que produz a Flip.

Criativida­de quer dizer economia. Em vez de levar um músico renomado para encerrar o evento de abertura, como era regra até 2014, a Flip deste ano não terá show em seu primeiro dia. No lugar, haverá um sarau.

A Flipzona, que acontecia no auditório da Casa da Cultura, passa a ocupar a casa do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Já a Flipinha, programaçã­o infantil do evento, vai para a Casa da Cultura em vez de ocorrer numa tenda própria.

O atendiment­o médico, feito até então por uma semiUTI móvel ao lado da Tenda dos Autores, será feito pela UPA (Unidade de prontoaten­dimento) construída pela prefeitura ao lado de onde a programaçã­o principal da Flip é realizada. Munhoz afirma que ações que ocorrem fora do período da Flip, como a Biblioteca da Casa Azul, também podem sofrer cortes.

Tema sempre espinhoso, a diversidad­e de editoras tem uma notícia velha e outra nova. A velha é que o Grupo Companhia das Letras é o que tem mais convidados, com 13. A nova é o despontar da editora Planeta, com quatro.

“Os convites referendam a nossa rota de aumentar a relevância dos livros da Planeta”, diz Cassiano Elek Machado, diretor editorial da casa no Brasil e ex-curador da Flip.

A Record, grupo que historicam­ente tem atritos com a curadoria da festa, aparece com Maria Esther Maciel —do selo Civilizaçã­o Brasileira, de viés mais acadêmico, com pouco potencial para ter vendas influencia­das pela Flip. Por outro lado, esta é a edição com mais diversidad­e de gênero: são 17 mulheres e 22 homens. Em 2014, elas eram nove e eles, 38. (MAURÍCIO MEIRELES)

 ??  ?? O escritor Irvine Welsh posa para foto em Munique, na Alemanha
O escritor Irvine Welsh posa para foto em Munique, na Alemanha
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil