Folha de S.Paulo

Criança perde o olho após ser atingida por estilhaço de bomba da PM em SP

- ZONA NORTE

DO “AGORA” - Um garoto de 12 anos ficou cego após ter o olho esquerdo atingido por estilhaços de uma bomba da Polícia Militar no dia 23 de abril, perto da favela da Marcone, na Vila Maria (zona norte). O ferimento foi confirmado em nota pela Secretaria de Segurança Pública.

Segundo a família, D. estava em uma lanchonete quando os PMs chegaram para acabar com um baile funk na favela. Após bombas de efeito moral serem lançadas, o garoto saiu correndo e foi ferido.

De acordo com a mãe do menino, Vanessa Santana, os policiais se recusaram a atender o garoto e tentaram impedir o socorro por parte de vizinhos.

Anteontem, segundo a mãe, ele se viu pela primeira vez com o olho esquerdo destruído. “Encheu de lágrima, mas ele ainda se faz de forte para mim. Vou buscar na Justiça os meus direitos.” Antes do incidente, ele dizia que queria se tornar policial militar, mas desistiu da ideia.

A Polícia Militar da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que foi instaurado um inquérito para apurar os fatos. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que os policiais foram recebidos a pedradas e, por isso, foi necessária a intervençã­o.

DE SÃO PAULO

Um policial militar que estava de folga foi preso nesta quarta-feira (4) por atirar contra uma militante do MTST (Movimento dos Trabalhado­res Sem Teto) durante um protesto do grupo em Itapeceric­a da Serra, região metropolit­ana de São Paulo.

Segundo presentes, cerca de 500 pessoas marchavam até a prefeitura da cidade quando o policial, cujo nome não foi divulgado, passou atirando de dentro de um carro e atingiu Edilma Aparecida dos Santos, 36, na barriga.

Ela foi atendida pelo Samu e levada ao Hospital Geral do Estado, em Itapeceric­a da Serra, onde passou por cirurgia. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, está estável, lúcida e consciente.

O policial foi preso em flagrante pouco depois do ocorrido e responderá por tentativa de homicídio, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. Em depoimento, ele afirmou que atirou acidentalm­ente depois que manifestan­tes bateram no vidro do seu carro.

Militantes do MTST rechaçaram a versão do PM, afirmando que a manifestaç­ão era pacífica e tinha como objetivo

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