Folha de S.Paulo

Ex-ministro era operador de Gleisi, diz procurador­a

Casal foi denunciado ao STF sob a acusação de ter recebido R$ 1 mi na campanha de 2010

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A Procurador­ia-Geral da República afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-ministro Paulo Bernardo agiu como o “verdadeiro operador” da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), sua mulher, na Lava Jato.

A afirmação consta no pedido da Procurador­ia para que o tribunal receba denúncia contra o casal e um empresário, abrindo uma ação penal pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

A acusação é que a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010, teria recebido R$ 1 milhão do esquema da Petrobras. O parecer, da procurador­a-geral da República em exercício, Ela Wiecko, afirma que Paulo Bernardo foi responsáve­l por pedir a propina para a campanha.

Segundo Wiecko, “a denúncia aponta elementos concretos em relação à lavagem de dinheiro da propina repassada à Gleisi, com atuação de Paulo Bernardo”.

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, analisará a denúncia e levará o caso para a segunda turma do tribunal, composta por cinco integrante­s. Wiecko pediu urgência na análise do caso.

Além desse inquérito, Gleisi e Paulo Bernardo são investigad­os por suspeita de participaç­ão em um esquema de corrupção no Ministério do Planejamen­to. Paulo Bernardo chegou a ser preso, a pedido da Justiça de São Paulo, na Operação Custo Brasil.

OUTRO LADO

Em depoimento­s prestados à Polícia Federal, Gleisi e Paulo Bernardo negaram irregulari­dades na campanha de 2010. (MÁRCIO FALCÃO)

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