Deputados americanos assinam carta pró-Dilma
Congressistas criticam gestão de Michel Temer
“Escrevemos para expressar nossa profunda preocupação com acontecimentos recentes no Brasil, que acreditamos ameaçar as instituições democráticas daquele país”.
Assim começa uma carta que circula na Câmara dos EUA contra o impeachment de Dilma Rousseff . Endereçada ao secretário de Estado americano, John Kerry, pede que ele tenha a “máxima cautela” nos contatos com o governo interino de Michel Temer e evite ações de apoio ao impeachment.
A carta, que deve ser enviada na próxima segunda, é iniciativa de três deputados do Partido Democrata e tem o apoio de cerca de 20 organizações, entre elas a poderosa central sindical AFLCIO. Até sexta (22), tinha as assinaturas de 39 deputados (de 435), incluindo nomes influentes, como John Lewis, ícone do movimento pelos direitos civis nos anos 60.
“Nosso governo deveria expressar forte preocupação com as circunstâncias do processo de impeachment e fazer um chamado à proteção da democracia constitucional e do Estado de direito no Brasil”, diz o texto. Ressalta ainda que “não é um julgamento legal, mas político”, que será decidido por um Senado “eivado de corrupção”.
O documento lembra ainda as gravações divulgadas pela Folha em maio, nas quais o ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), sugeria ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que uma “mudança” no governo permitiria “estancar a sangria” representada pela Operação Lava Jato, que investiga ambos.