Casa dos atletas
Organização dos Jogos garante segurança da Vila dos Atletas, que começa a receber esportistas a partir deste domingo (24)
A Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos do Rio abre suas portas neste domingo (24), às 8h, em meio a sentimentos antagônicos.
Enquanto algumas delegações mostram com orgulho suas bandeiras nas janelas dos prédios, outras, por segurança, preferem se manter anônimas, evitando a mira de eventuais terroristas.
Na sexta (22), era possível observar prédios com bandeiras de alguns países, como França, Reino Unido, Argentina, Austrália e Alemanha.
Já os EUA devem repetir o que fizeram em outros Jogos e não identificarão seu prédio na parte externa. Assim como Israel, que, segundo a Folha apurou, estará no mesmo edifício da Suíça.
Local de atentado terrorista que deixou 11 mortos em Munique-1972, a vila que recebe atletas, técnicos e oficiais da Olimpíada é um potencial alvo de ataques.
Para o diretor de Relações com Comitês Olímpicos e Paraolímpicos Nacionais e Vila Olímpica da Rio-2016, Mario Cilenti, no entanto, não há motivo para insegurança.
“Aqui é seguro. Há cerca dupla, controle como se fosse aeroporto. Obviamente, há países que estão sempre em alerta, porque é a vida deles, mas nada demais”, afirma.
Os recentes atentados na Europa e a prisão de suspeitos de ligação com terrorismo no Brasil não mudaram a rotina de segurança do local.
A Força Nacional permanece dentro e fora do condomínio 24 horas por dia.
“A preocupação é a mesma. Nesta semana não piorou nem melhorou”, diz.
As delegações podem ter agentes nos prédios, mas apenas como visitantes, mesma regra para familiares e patrocinadores, por exemplo.
No condomínio na Barra, atletas passearão por calçadões que replicam os de Copacabana e Ipanema e ficarão em 31 prédios divididos em sete blocos batizados com nomes de ícones cariocas (Arcos da Lapa, Pão de Açúcar, Apoteose, entre outros).
O Brasil teve prioridade e ficará em um prédio inteiro. A delegação nacional escolheu um edifício com apartamentos de quatro quartos e com varanda grande, afastado da entrada do complexo.
Depois do país-sede, escolhem suas posições os dez melhores classificados nos últimos Jogos. Em seguida, os países até a 50ª colocação. Por fim, com as outras 156 nações a organização começa a “preencher os buraquinhos”.
Segundo Cilenti, apenas “três ou quatro países” ocupam um prédio todo.
“Não gostamos de um prédio todo europeu ou todo africano. Prefiro que os latinos não fiquem todos juntos, senão vira bagunça. Os caribenhos gostam de tocar música alta e tem hora do silêncio a partir das 22h”, diz o diretor.
Além da música latina, o diretor diz que há curiosidades como um alce que o Canadá costuma montar em seu prédio e um totem da Nova Zelândia, que faz o haka (dança típica maori) na vila.
Em um prédio afastado, há um centro de recreação, que funcionará das 12h à 0h, com festa noturna. Também serão realizados shows e oficinas de samba e capoeira.
As 450 mil camisinhas que o Ministério da Saúde disponibilizou serão distribuídas gratuitamente em 18 máquinas espalhadas pela vila.
Nesta semana, cada país pôde levar até dez oficiais para fazer ajustes –atletas de 14 nações devem entrar na instalação logo no primeiro dia.
Do Brasil, nove modalidades entrarão no complexo. EM OBRAS Apesar da proximidade do evento, a vila ainda está em obras. Na sexta, foi possível ver calçamento sendo feito, vidro de proteção rachado e acabamentos por terminar.
Cilenti disse que isso não resultará em problemas.
“Quando você muda, sempre tem que consertar algumas coisas, nada grande.”