Grupo simula sons de batalha em recital barroco
Tiros de canhão e soldados em combate entram no repertório de festival de inverno
Sons de tiros de canhão, de homens caindo em combate e de soldados bêbados em uma taverna serão ouvidos na Sala São Paulo e em Campos do Jordão. Todos esses efeitos são passagens da obra “Battaglia”, de J. J. F. Biber, que será executada pelo Grupo de Música Antiga do 47º Festival de Inverno de Campos do Jordão, sob o comando do violinista Luís Otávio Santos.
Para as récitas deste sábado (23), às 20h30, no Auditório Claudio Santoro, e domingo (24), às 11h, na Sala São Paulo, Santos escolheu um repertório menos executado nas salas de concerto.
Os 17 músicos —todos bolsistas do festival— não usarão instrumentos de época, mas buscarão interpretações mais próximas das originais.
Além de Biber, que abre o programa, será executado o “Concerto Grosso em Ré Menor Op.5”, de Francesco Geminiani (1687-1762), “Concerto em Mi Bemol Maior, Op.7 nº 6”, de Pietro Antonio Locatellie, e “Sinfonia em Si Menor, H.661”, de Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788), filho de Johann Sebastian Bach (1685-1750), que também está no programa, com “Overture nº 1 em Dó Maior”.
Se os músicos deixarem a zona de conforto, o público deverá ter uma sensação acolhedora. “Minha experiência é de que a música barroca é sempre um sucesso”, diz Santos, que há 25 anos estuda e interpreta esse repertório.
“Ela tem uma aproximação com o público porque o convida a uma audição participativa”, afirma. “A música barroca é fundamentada na retórica. É um discurso, um diálogo, e leva a ser escutada de um jeito muito menos abstrato do que um repertório romântico, por exemplo.”
Além de tudo, diz Santos, “há grandes gênios” no barroco. “Falar em música de Bach encerra o assunto.”
FESTIVAL DE INVERNO GRUPO DE MÚSICA ANTIGA
QUANDO sáb. (23), às 20h30, em Campos do Jordão; dom (24), às 11h, em São Paulo ONDE Auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão, e Sala São Paulo, em SP QUANTO grátis