Olimpíada não pode ser culpada por crise e terror, diz diretor do COI
Christophe Dubi afirma confiar nas autoridades de segurança
O diretor-executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional), o suíço Christophe Dubi, disse nesta sexta (22) que a Olimpíada não pode ser responsabilizada por eventual tentativa de terrorismo nem pela crise financeira do Rio.
“O mundo em que nós vivemos mudou. Terrorismo não está só num país ou no outro. Infelizmente, é um fator com o qual temos que lidar”, afirmou o dirigente.
Dubi afirmou ter confiança no esquema de segurança montado para o evento.
“Houve um briefing há dois meses com especialistas estrangeiros, alguns que atuaram em Jogos anteriores, e todos demonstraram confiança [no planejamento].”
Para o diretor-executivo de comunicação da Rio-2016, Mario Andrada, a prisão dos suspeitos vai ajudar. “É positivo para imagem do Brasil a polícia atenta e desempenhando o trabalho que tem que fazer. É positivo para a imagem dos Jogos”, disse.
Ele elogiou o momento em que a Operação Hashtag foi desencadeada pela Polícia Federal, a duas semanas da abertura da Olimpíada.
“A segurança é uma questão de Estado, e o Estado brasileiro reagiu a uma demanda técnica de segurança. Da nossa parte achamos que o Estado cumpriu sua função de tornar os Jogos seguros.”
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, considera que, a 14 dias do início da Olimpíada, há uma “paranoia exacerbada” em torno do assunto.
“Estamos em um momento de estresse pré-grande evento. Há um diferencial hoje de que estamos tendo atos de terrorismo no mundo. Isso causa uma espécie de paranoia exacerbada. Acredito que, com o início dos Jogos, essa discussão vai sendo diluída e as atenções vão se voltar para os atletas”, afirmou.
Segundo ele, não há nenhuma ameaça real aos Jogos. “Nenhum dos serviços de inteligência do mundo registrou qualquer ameaça consistente, real, para a Olimpíada”, afirma Jungmann. APOIO AOS JOGOS Dubi também desvinculou a crise econômica no país e, especialmente, no Rio ao evento. Ele citou legados vinculados à Olimpíada como a construção da linha 4 do metrô, corredores expressos de ônibus e até a melhoria na água da baía de Guanabara, cuja meta de tratar 80% do esgoto não foi cumprida.
“A baía de Guanabara não é mais a mesma. A água está melhorando dia após dia”, disse Dubi —o tratamento de esgoto lançado aumentou de 16%, em 2008, para 31%.
Dubi afirmou que o apoio aos Jogos vai aumentar assim que o evento começar. Pesquisa Datafolha divulgada esta semana mostrou que a maioria (63%) dos brasileiros avalia que a Olimpíada irá trazer mais prejuízo do que benefício. “Algumas dúvidas serão aliviadas. Teremos atletas em campo, o Brasil vai ganhar muitas medalhas. Vai haver apoio”, disse ele.
O suíço afirmou que não é possível saber o motivo das devoluções de 50 mil ingressos do exterior. Mas disse que há demanda interna suficiente. “Vimos o interesse na nova quota de ingressos disponibilizada ontem [quinta].”