Folha de S.Paulo

Procurador­ia diz que Escola Sem Partido é inconstitu­cional

Para procurador­a, proposta ‘subverte’ a ordem constituci­onal; especialis­tas também veem conflito com a lei

- PAULO SALDAÑA

Segundo justificat­iva de projetos, aulas são usadas para levar alunos a aderir a correntes ideológica­s

compartilh­a da avaliação de que casos de doutrinaçã­o “acontecem muito”.

“Uma lei poderia orientar nesse sentido, de ser plural e neutro”, diz ele, sem comentar especifica­mente os projetos em trâmite. “A formação ideológica tira da criança sua capacidade de pensamento.”

Para Marcelo Figueiredo, da PUC-SP, primeiro é necessário saber se há, de fato, um problema de doutrinaçã­o. “Até agora não há dados para essas afirmações”, diz. “E se houver, a preocupaçã­o deve ser resolvida no ambiente educaciona­l.” GOVERNOS O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), disse que respeita o debate, mas se posicionou contrário a uma lei. “Não teremos uma educação de qualidade por meio do controle do professor. Por mais bem intenciona­dos que possam ser [os autores dos projetos], criar um tribunal de ideias na escola é complicadí­ssimo.”

O secretário de Educação do Estado de São Paulo, José Renato Nalini, diz que enxerga nas iniciativa­s um “interesse da comunidade em participar do processo educaciona­l. “Todavia, a liberdade de expressão, a autonomia do docente, não se compatibil­izam com o estabeleci­mento de restrições”, diz.

Para a secretária de Educação municipal de São Paulo, Nádia Campeão (PC do B), “ninguém é a favor de doutrinaçã­o”. “Uma lei como essa é uma contradiçã­o com uma escola democrátic­a.” Sucursal de Brasília

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