Folha de S.Paulo

Preso no Rio era introspect­ivo, mas usava redes sociais para falar do islã

- COLABORAÇíO PARA A FOLHA, DO RIO

Um jovem introspect­ivo, calado e cabisbaixo, com exceção dos momentos em que falava de convicções religiosas. Assim Alisson Luan de Oliveira, 19, um dos 11 presos na Operação Hashtag, foi descrito por parentes e amigos.

Morador de Saquarema, na região dos Lagos, no Rio, Alisson era adepto do islamismo há pouco mais de dois anos. “Ele conheceu essa religião na internet e começou a praticar mais depois que foi a São Paulo visitar uma mesquita. Começou a receber livros e estudar o islamismo. Estava até aprendendo árabe”, disse o padrasto, que trabalha com reciclagem de computador­es e não quis se identifica­r.

O computador usado por Alisson continua na sala do sobrado nos fundos de uma lanchonete, com paredes sem pintura, no distrito de Bacaxá, onde vivia com o padrasto, a mãe e um irmão.

“Eles policiais levaram todos os HDs que eu tinha para trabalhar e dois celulares do Alisson”, disse. A família do suspeito não sabia que ele tinha um desses aparelhos. Alisson não costumava pregar sua fé para as pessoas na tentativa de convertê-las, segundo os que o conheciam. Mas usava redes sociais para irradiar sua crença. Foi assim que amigos e parentes souberam da admiração que ele tem pelo Estado Islâmico.

“As pessoas comentavam que uma hora ele acabaria preso. Falaram isso tanto que, no dia que aconteceu, a gente achou que era boato”, disse Romulo Almeida, dono do Supermerca­do Gomes Bacaxa, onde Alisson trabalhou de julho à novembro do ano passado. (ALFREDO MERGULHÃO)

“As pessoas comentavam que uma hora ele acabaria preso ROMULO ALMEIDA gerente do supermerca­do onde Alisson Luan de Oliveira trabalhava

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