Folha de S.Paulo

OBAMA NOMEIA EMBAIXADOR EM CUBA

- Hillary Trump Hillary

Pesquisas apontaram a democrata Hillary Clinton como a vencedora do primeiro debate entre candidatos à Casa Branca, na segunda (26), mas o republican­o Donald Trump vai tentar convencê-lo do contrário.

Ele destacou enquetes online que lhe davam os louros, como uma do “Washington Times” (68% o preferiram). Mas essas não são representa­tivas: basta seu “fã-clube” combinar de votar em peso.

Hillary alardeou a predileção de grandes jornais por ela, como o “Washington Post”, que publicou: “Trump parece incapaz de se mover além de seus slogans”.

Vitoriosa foi a TV. Nunca tantos assistiram a um confronto entre presidenci­áveis: 84 milhões de espectador­es em 13 canais. O número real é maior, já que a conta exclui redes alternativ­as (como a C-Span) e streaming.

O recorde anterior era do embate entre Reagan e Carter (80 milhões), em 1980. Vinte anos antes, o primeiro debate television­ado (Kennedy vs. Nixon) atraiu 60% da população, façanha ainda sem igual —26% viram o de 2016, ao menos nos canais tradiciona­is.

No dia, Trump tentou rechaçar a fama de fio desencapad­o e dispensou o apelido “Hillary Trapaceira”. Escolheu “secretária [de Estado] Clinton” e explicou: “Quero que você fique muito feliz”.

Ele, contudo, é quem foi se abatendo em uma hora e meia de confronto, após ouvir tiradas como “apenas continue dizendo mais coisas loucas” e “Donald, eu sei que você vive dentro da sua própria realidade”.

Após o pugilato verbal, a Folha conversou com assessores das duas campanhas. Praxe no jogo político, os dois lados declaravam seu candidato como vencedor.

“Estou chocado com a ignorância da Hillary”, afirmou o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani. “Disse que criará mais empregos taxando mais os ricos. Sabe o que eles vão fazer? Levar seus negócios embora. E aí, tchau, empregos.”

“Nas palavras de Barack Obama em 2008, Hillary é capaz de dizer qualquer coisa para ganhar uma eleição”, provocou a diretora do time republican­o, Kellyanne Conway, evocando as prévias entre o presidente e sua oponente à época.

Estrategis­ta do partido, Boris Epshteyn destacou: “Ele estava nos assuntos mais comentados do Twitter, não ela”. A rede social divulgou que Trump dominou 62% das citações sobre o debate, positivas ou não.

Em anonimato, um assessor considerou a performanc­e de Trump “chocha” e contou que, para fugir do “martírio” do debate, começou a jo- Barack Obama anunciou o diplomata Jeffrey DeLaurenti­s como embaixador dos Estados Unidos em Cuba, o primeiro em 55 anos. A indicação precisa ser aprovada pelo Senado e enfrentará resistênci­a da oposição republican­a, que é maioria. gar “Angry Birds” no celular.

O porta-voz da campanha democrata, Brian Fallon, ressaltou a importânci­a dos checadores de dados em tempo real, para ir além do “ele disse, ela disse”. “Trump negou ter desacredit­ado no aqueciment­o global, e as equipes foram rápidas em mostrar que isso era falso.”

A maioria dos grandes veículos, da CNN ao “New York Times”, mobilizou dezenas para a tarefa, e “Trump deu muito trabalho para eles”, provocou o deputado democrata Xavier Becerra.

Só o site PolitiFact juntou 18 “auditores” para conferir se as declaraçõe­s da noite paravam em pé. Em 2012, apontou, Trump disse que o conceito da mudança climática foi forjado pela China (depois argumentou que era piada).

Fallon, porém, relativiza o potencial do debate em mudar o curso da eleição. Entre eleitores indecisos (menos de 10%), talvez tenha efeito, diz. “Mas a eleição vai ser apertada. Há muitas câmaras de eco para as teorias da conspiraçã­o da extrema-direita por aí.” REPERCUSSíO NOS PRINCIPAIS JORNAIS Diz que o debate demonstrou assimetria fundamenta­l, pois “um dos participan­tes [Trump] não teve nada de verdadeiro para oferecer”

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