‘Google chinês’ está de olho em brasileiras
Baidu cria fundo de até US$ 60 milhões para aplicar nos próximos quatro anos em empresas iniciantes do país
Fundo de capital de risco é o primeiro da empresa fora da China; apps de táxi e de pedir comida estão na mira
A multinacional chinesa Baidu, que domina o mercado de buscas pela internet em seu país, lançou um fundo para aplicar até US$ 60 milhões (cerca de R$ 194 milhões) em start-ups (empresas iniciantes) brasileiras.
A companhia pretende investir em dez a 15 empresas nos próximos quatro anos.
O alvo do fundo serão empresas que conectam serviços locais e off-line com a internet, como aplicativos para pedir comida, chamar táxis ou motoboys e agendar horários em salões de beleza.
Dependendo das condições do mercado, o valor dedicado ao fundo pode dobrar no curto prazo, diz Yan Di, diretor da empresa no Brasil.
Esse é o primeiro fundo de capital de risco da Baidu lançado fora da China. A empresa informa que, em seu país de origem, investe em mais de 20 empresas de internet.
Yan Di diz que o Baidu busca participações minoritárias em companhias que já estejam com produtos lançados no mercado e que possuam clientes precisando de apoio para acelerar sua expansão.
O executivo afirma que o dinheiro não é o principal apoio que o Baidu pode dar às empresas investidas.
De acordo com ele, as empresas selecionadas terão ajuda tecnológica, expertise para o desenvolvimento dos produtos e possibilidade de acessar a um público de 40 milhões de brasileiros (se considerados os usuários de todos os serviços oferecidos pela companhia no país). CRISE E INVESTIMENTO Ele diz que a crise brasileira, em vez de diminuir o interesse em investimentos no Brasil, abre oportunidades.
“Os ativos brasileiros estão baratos e, com a recuperação econômica que está começando, eles vão se valorizar.”
O Baidu comprou o Peixe Urbano (antes um site de compras coletivas e hoje plataforma para compra de serviços locais com descontos) em 2014. Após a aquisição, a empresa cresceu 100% em um ano, diz o diretor.
Para o futuro, o Baidu pretende usar a estrutura do Peixe Urbano para desenvolver um marketplace de serviços locais. No caso, uma plataforma que permite acessar ferramentas de uma série de outras, como comprar comida, pedir táxis ou agendar um salão de belezas, explica.
As empresas que receberem investimentos dos chineses podem, após período de desenvolvimento, ser compradas pelo Baidu, por outra empresa de tecnologia ou abrir seu capital em Bolsa.