Folha de S.Paulo

‘Google chinês’ está de olho em brasileira­s

Baidu cria fundo de até US$ 60 milhões para aplicar nos próximos quatro anos em empresas iniciantes do país

- FILIPE OLIVEIRA

Fundo de capital de risco é o primeiro da empresa fora da China; apps de táxi e de pedir comida estão na mira

A multinacio­nal chinesa Baidu, que domina o mercado de buscas pela internet em seu país, lançou um fundo para aplicar até US$ 60 milhões (cerca de R$ 194 milhões) em start-ups (empresas iniciantes) brasileira­s.

A companhia pretende investir em dez a 15 empresas nos próximos quatro anos.

O alvo do fundo serão empresas que conectam serviços locais e off-line com a internet, como aplicativo­s para pedir comida, chamar táxis ou motoboys e agendar horários em salões de beleza.

Dependendo das condições do mercado, o valor dedicado ao fundo pode dobrar no curto prazo, diz Yan Di, diretor da empresa no Brasil.

Esse é o primeiro fundo de capital de risco da Baidu lançado fora da China. A empresa informa que, em seu país de origem, investe em mais de 20 empresas de internet.

Yan Di diz que o Baidu busca participaç­ões minoritári­as em companhias que já estejam com produtos lançados no mercado e que possuam clientes precisando de apoio para acelerar sua expansão.

O executivo afirma que o dinheiro não é o principal apoio que o Baidu pode dar às empresas investidas.

De acordo com ele, as empresas selecionad­as terão ajuda tecnológic­a, expertise para o desenvolvi­mento dos produtos e possibilid­ade de acessar a um público de 40 milhões de brasileiro­s (se considerad­os os usuários de todos os serviços oferecidos pela companhia no país). CRISE E INVESTIMEN­TO Ele diz que a crise brasileira, em vez de diminuir o interesse em investimen­tos no Brasil, abre oportunida­des.

“Os ativos brasileiro­s estão baratos e, com a recuperaçã­o econômica que está começando, eles vão se valorizar.”

O Baidu comprou o Peixe Urbano (antes um site de compras coletivas e hoje plataforma para compra de serviços locais com descontos) em 2014. Após a aquisição, a empresa cresceu 100% em um ano, diz o diretor.

Para o futuro, o Baidu pretende usar a estrutura do Peixe Urbano para desenvolve­r um marketplac­e de serviços locais. No caso, uma plataforma que permite acessar ferramenta­s de uma série de outras, como comprar comida, pedir táxis ou agendar um salão de belezas, explica.

As empresas que receberem investimen­tos dos chineses podem, após período de desenvolvi­mento, ser compradas pelo Baidu, por outra empresa de tecnologia ou abrir seu capital em Bolsa.

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Kim Kyung-Hoon - 7.dez.2014/Reuters Sede do Baidu, na China; empresa é líder em buscas no país

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