Por amor ao teatro, venceu o medo da água

Em “Nunca Nade Sozinho”, última peça que Nadja estreou, sua personagem morre afogada no mar após uma competição de nado, em um texto que fala sobre os males da rivalidade em excesso.

O drama foi representativo para a atriz, que optava sempre pelo caminho oposto, o da colaboração, conta o marido, Maurício Cardoso. “Nunca passou por cima de ninguém para chegar onde chegou”, lembra o companheiro.

Além disso, ela, que tinha medo de água, precisou aprender a nadar para o papel. Seu nome foi dado em homenagem a uma tia que morreu afogada antes de a atriz nascer. “Foi um resgate espiritual”, afirma Maurício.

Nascida em Belém, viveu a maior parte da vida em Salvador, aonde foi, ainda criança, após a separação dos pais.

Estudou economia na capital baiana, mas nunca exerceu a profissão. Após se formar, morou por quatro anos em Paris, no começo dos anos 1990, onde estudou teatro.

Dirigiu e atuou em 34 espetáculos ao longo de toda a vida, a maior parte em parceria com o marido, cenógrafo, e com o irmão, músico.

Foi para São Paulo em 2008 tentar carreira no cinema.

Passou 2015 preparando uma nova peça, “Um Lugar Chamado Tempo”, que precisou interromper em agosto ao descobrir que tinha um câncer no sistema linfático.

Após perder os cabelos nas sessões de quimioterapia, “parecia uma monja”, brinca o marido: “Os amigos iam visitá-la e ela é quem os ajudava, careca, dando conselhos”.

Morreu no último dia 19 após um ano de luta contra a doença. Deixa o irmão, o marido, a mãe e amigos. coluna.obituario@grupofolha.com.br

VOCÊ DEVE PROCURAR O SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. (11) 3396-3800 e central 156 site: www.prefeitura.sp.gov.br/ servicofunerario

Serão solicitados os seguintes documentos do falecido: Cédula de identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento.

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Até as 15h, ou até as 19h de sexta para publicações aos domingos. Enviar número de telefone para checagem das informações.