Folha de S.Paulo

Doria exibe apoio de Aécio e FHC na TV

- DANIELA LIMA GUILHERME CAETANO

Numa tentativa de demonstrar unidade em torno de sua campanha, o líder da disputa pela prefeitura de São paulo, João Doria (PSDB), exibiu em seu horário eleitoral declaraçõe­s de apoio de alguns dos principais nomes de seu partido no país, entre eles o senador Aécio Neves (PSDBMG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O apoio institucio­nal de caciques tucanos foi veiculado a cinco dias do primeiro turno e tem grande valor simbólico para Doria, que convive há meses com acusações de sua candidatur­a, apoiada antes apenas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, dividia o partido.

Dos nomes mais fortes e conhecidos do PSDB, só o ministro José Serra (Relações Exteriores) ficou de fora das gravações. Ele, assim como FHC, é amigo de Andrea Matarazzo (PSD), que é vice na chapa de Marta Suplicy (PMDB).

Matarazzo militou no PSDB por mais de 20 anos e decidiu deixar o partido após disputar as prévias para ser candidato a prefeito contra Doria. Ele abandonou a disputa após perder o primeiro turno, acusando o rival de ter fraudado a eleição interna.

Decidiu se filiar ao PSD para tentar ser candidato. Num movimento estimulado por amigos, como Serra, acabou se aliando a Marta, com base em avaliação de que, juntos, teriam mais chance de vencer.

Há algumas semanas, quando Doria afirmou publicamen­te que teria o apoio formal de FHC na TV, Matarazzo comentou com aliados que não se importava com o gesto público do ex-presidente e amigo. “Me importa é em quem ele vai votar”.

FHC já havia antecipado à Folha que gravaria uma mensagem de apoio a Doria, mas durante a entrevista não citou o nome do candidato. Disse que falaria a favor do nome do PSDB, e que seu gesto não deveria ser visto como um “case”.

Na gravação, entretanto, citou Doria nominalmen­te. “Apoiei pelo Brasil afora os candidatos do PSDB. Na minha cidade, que é São Paulo, da mesma maneira. Eu vou votar no João Doria”, diz.

Além de Aécio e FHC, aparecem na peça os senadores Aloysio Nunes e José Aníbal, ambos eleitos por São Paulo.

No filme, Aécio diz que “A eleição de João Doria é fundamenta­l não só para São Paulo, mas para todo o Brasil” e aponta o candidato como o nome “para a renovação correta da política”.

Presidente nacional do partido e o principal rival de Alckmin na disputa interna pelo posto de presidenci­ável tucano em 2018, Aécio foi quem articulou para que outros tucanos proeminent­es gravassem notas de apoio a Doria. Antes, FHC, por exemplo, se negou a posar para fotos com o candidato.

Segundo relatos, Aécio pediu aos colegas uma atuação “institucio­nal” e argumentou que “se um do PSDB perde, todo mundo perde”.

Procurado pela Folha ,o senador evitou comentar a articulaçã­o, mas ressaltou sua confiança nos resultados de Doria e disse que acredita que o “PSDB será o partido que mais se fortalecer­á nessas eleições municipais”.

“E digo isso como presidente do partido”, conclui.

A propaganda em que Doria é “abençoado” pelos tucanos termina com Alckmin, o principal padrinho político do tucano, desejando “boa sorte” a ele na disputa. Doria vincula o sucesso de sua empreitada às chances de Alckmin se credenciar para disputar a Presidênci­a em 2018.

Em ato de campanha na noite desta terça, o governador disse que o partido dá um “exemplo de democracia” e que Doria é “agregador”.

Alckmin foi recebido com gritos de “presidente” e chamado de “vitorioso” por seu vice, Márcio França, pela “intuição de ver antes o que ninguém percebe”. THAÍS BILENKY

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Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso dão apoio formal ao nome de Doria em propaganda do tucano na TV
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Fotos Reprodução

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