Ato pró-Haddad tem tumulto com sem-teto
Um ato em apoio da reeleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) começou com tumulto na noite desta terça-feira (28).
Um grupo de sem-teto que ocupa o viaduto Alcântara Machado, na região do Brás (região central), tomou o segundo piso do auditório da Casa de Portugal, onde ocorria o evento em defesa da candidatura do petista.
Os manifestantes questionam o fato de a prefeitura ter pedido a reintegração de posse da área, marcada para 13 de novembro.
A confusão ocorreu antes da chegada de Haddad e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou do ato de campanha.
Com os moradores de rua fazendo barulho no local, militantes petistas tentaram contê-los. Os manifestantes sem-teto reagiram, dando início à confusão.
Em meio à confusão, uma manifestante caiu e a segurança do evento interveio.
Apesar do tumulto, os manifestantes continuaram no auditório.
Não é a primeira vez que o grupo de sem-teto protesta em um ato de Haddad.
No último dia 13, um encontro do prefeito com ativistas culturais na praça Roosevelt foi encerrado antes do horário previsto depois que o grupo interrompeu as falas do petista com xingamentos.
O prefeito disse que a reintegração segue orientação do Corpo de Bombeiros. A corporação do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira entre os apoiadores de Haddad, Lula sugeriu que o economista, fundador do PSDB, perguntasse ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se ele não consideraria um atraso a eleição do candidato tucano João Doria.
O ex-presidente disse que, segundo FHC, a eleição de Dilma Rousseff se deveu ao voto “do povo mais atrasado”. “Queria pedir ao Bresser-Pereira que perguntasse ao FHC se é possível que São Paulo tenha tanta gente atrasada para votar no Doria e no Russomanno”.
Haddad, por sua vez, imitou Doria durante o discurso, repetindo “eu não sou político”. Em um contexto de crise da classe política no país, o tucano busca ressaltar sua biografia de empresário neófito em eleições.
Haddad disse ainda que não vai abrir mão do confronto com Doria no segundo turno: “Ninguém vai poder dizer que não é político. Vai ser no tête-à-tête, no mano a mano”.