Disputa carioca concentra recorde de doação e doadores
FOLHA
A eleição no Rio registra recorde em dois polos distintos na estratégia de arrecadação nesta que é a primeira disputa em que empresas estão proibidas de contribuir.
Enquanto Pedro Paulo (PMDB) foi o que mais arrecadou em todo país com doações de pessoas físicas, Marcelo Freixo (PSOL) foi o que mobilizou maior número de doadores para a campanha.
A Folha analisou dados do Repositório de Dados Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral até 22h de domingo (25).
De acordo com as informações disponíveis, Pedro Paulo obteve direta ou indiretamente R$ 6,7 milhões de 325 pessoas físicas —foram consideradas as doações via partido com contribuinte identificado.
Já Freixo obteve recursos de 3.512 pessoas. Por meio delas, conseguiu quase R$ 347 mil — só 5% do obtido pelo peemedebista com pessoas físicas.
Pedro Paulo tem entre seus principais doadores empresários de diversos setores. São executivos de incorporadoras, empreiteiras, supermercados e shopping, entre outros que atuam na cidade.
O peemedebista afirma que em alguns casos pede pessoalmente a doação. Em outros, é procurado por pessoas que estão “assustadas com o cenário que está se desenhando”.
“Minha candidatura é completamente aberta à livre iniciativa. Uma candidatura de uma cidade que avançou”, afirmou o candidato do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
O candidato do PSOL, por sua vez, contratou dois especialistas em crowdfunding dos sites Catarse e Benfeitoria para mobilizar doadores —pagou R$ 40 mil pelo serviço, com recursos do Fundo Partidário do PSOL.
Para Felipe Caruso, ex-Catarse, foi necessário criar uma campanha específica para arrecadação relativamente dissociada da do candidato.
“São duas campanhas diferentes. Uma é ‘vote neste candidato’ e outra é ‘financie’. Tem estratégias e públicos-alvos diferentes”, disse Caruso. De acordo com a lei eleitoral, o limite de doação por pessoa é 10% da renda auferida no ano passado.
Os doadores de Pedro Paulo repassaram, em média, R$ 20,9 mil cada. As maiores doações individuais foram de R$ 200 mil. Para o peemedebista, a proibição de doação de empresas “foi um avanço” por ter reduzido custos e gerado mais engajamento.
A maior doação recebida por Freixo foi de R$ 20 mil. Em média, os financiadores repassaram R$ 98,78. A equipe do candidato do PSOL criou metas de arrecadação, que ajudaram a atrair apoiadores. O objetivo é conseguir R$ 700 mil.