Folha de S.Paulo

Defesa afirma que prisão é ‘abusiva e ilegal’

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como avaliação de assistente­s sociais. O prejuízo, segundo a Justiça, seria de R$ 45 milhões por ano.

Servidores eliminaram, de acordo com a Justiça, documentos que comprovari­am as fraudes na inscrição do programa. Arquivos da prefeitura foram apagados e fichas de inscrição, queimadas.

Apesar da eleição de 11 aliados para as 25 cadeiras da Câmara Municipal, o candidato à prefeitura apoiado por Garotinho, Dr. Chicão (PR), perdeu no primeiro turno. É a primeira vez desde 1988 que o grupo do ex-governador fica fora do governo estadual ou da Prefeitura de Campos.

O juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª zona eleitoral, afirma que Garotinho “não só está envolvido, mas comanda com ‘mão de ferro’ um verdadeiro esquema de corrupção eleitoral neste município”. (ITALO NOGUEIRA, LUIZA FRANCO E PAULA REVERBEL)

DO RIO

A defesa do ex-governador Anthony Garotinho (PR) afirmou, em nota, que a prisão “é abusiva e ilegal”.

O advogado Fernando Fernandes disse que pediria habeas corpus para o secretário municipal de Campos dos Goytacazes (RJ).

“A prisão à qual está submetido o ex-governador é abusiva e ilegal e decorre de sua constante denúncia de abusos de maus tratos a pessoas presas ilegalment­e naquela comarca. Pessoas presas mudaram vários depoimento­s após ameaças do delegado. [...] A Justiça certamente não permitirá que este ato de exceção se mantenha contra Garotinho”, afirmou, em nota, o advogado.

A prefeita Rosinha Garotinho (PR), mulher do ex-governador, defendeu o secretário. Ela atribuiu a prisão à “fraude na eleição de Campos” e a denúncias feitas contra políticos do Rio, entre eles o exgovernad­or Sérgio Cabral.

“Usar Cheque Cidadão, comida que nós damos para pobre, como pano de fundo para prender o Garotinho, na verdade, não é nada disso. Estamos recorrendo, mas isso é uma covardia. É para encobrir toda a corrupção que ele vem denunciand­o”, disse ela.

Garotinho represento­u na Corregedor­ia da Polícia Federal contra o delegado Paulo Cassiano, da Polícia Federal em Campos. Ele acusa o delegado de fazer “tortura psicológic­a” contra testemunha­s para que deponham contra ele.

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