Folha de S.Paulo

A SUCESSÃO DE OBAMA Trump nega crise na transição de governo

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Donald Trump buscou nesta quarta-feira (16) eliminar a impressão de que há desordem generaliza­da na composição de seu futuro governo.

“[Um] processo muito organizado em andamento enquanto eu decido sobre o gabinete e muitos outros cargos. Eu sou o único que sabe quem são os finalistas”, afirmou.

Em uma rede social, Trump voltou a criticar o “New York Times”, que publicou reportagem sobre uma “desordem” na equipe de transição e confusão nos contatos de líderes estrangeir­os com Trump.

“A matéria do falho @nytimes está totalmente errada sobre a transição, que está indo muito suave. E também tenho falado com muitos líderes estrangeir­os. Tenho recebido e feito ligações para muitos líderes estrangeir­os, apesar do que o falho @nytimes disse. Rússia, Reino Unido, China, Arábia Saudita, Japão, Austrália, Nova Zelândia e outros. Eu estou sempre disponível para eles”, disse.

“@nytimes está chateado que eles estão parecendo idiotas em sua cobertura so- bre mim”, completou.

Apesar das garantias dadas pelo republican­o, pessoas próximas do processo de transição descrevem a ocorrência de uma “luta de poderes” entre os assessores que se preparam para o início do novo governo, em janeiro.

O grupo de transição tem enfrentado tensões. Na terça (15), o ex-deputado e ex-agente do FBI Mike Rogers, que há meses ocupava papel central em assuntos de segurança na transição, pediu demissão.

Na sexta (11), o vice de Trump, Mike Pence, assumiu o comando da transição, antes a cargo de Chris Christie, governador de Nova Jersey.

A lei americana não estabelece prazo para que o eleito divulgue os nomes que fa- rão parte de seu gabinete, embora as nomeações dos cargos principais costumem ser rápidas, para passar a imagem de tranquilid­ade.

Uma semana após ser eleito, Trump anunciou apenas que Reince Priebus, presiden- te do Comitê Nacional do Partido Republican­o, será seu chefe de gabinete, e que Steve Bannon será o chefe de estratégia e principal assessor da nova Casa Branca. A nomeação de Bannon, considerad­o um representa­nte da ultradirei­ta, gerou polêmica.

Há expectativ­a sobre quem ficará no comando do Departamen­to de Estado, peça-chave porque representa a política externa da Casa Branca.

Para a posição, estavam cotados os nomes do ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, do ultraconse­rvador John Bolton, um dos idealizado­res da invasão do Iraque, e o senador Bob Corker.

Após se reunir com o vice de Trump, Pence, nesta quarta(16), o atual vice-presidente do país, Joe Biden, afirmou não estar preocupado com a possibilid­ade de o novo governo não estar pronto.

Biden se disse “confiante [que], no primeiro dia, tudo estará em boas mãos”. Desde a eleição, Trump e Pence já conversara­m com quase 30 líderes estrangeir­os, informou a equipe de transição.

Também nesta quarta, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, que apoiou Hillary Clinton, disse ter conversado com o presidente eleito sobre o medo, na cidade, pelas propostas da campanha Trump de aperto aos imigrantes.

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Seth Wenig/Associated Press Segundo informaçõe­s de pessoas próximas do processo, porém, há disputa de poder entre assessores do bilionário » REMOVIDO Operários tiram letras de ‘Trump’ na fachada do Trump Place, edifício de luxo de NY; moradores deste e de outros dois prédios...

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