‹ Procurador nega ter recebido vantagens em caso da cratera
OUTRO LADO
Ruy Galvão diz nunca ter favorecido empresas já que, segundo ele, não atuou na investigação da tragédia do Metrô
O procurador Ruy Galvão Filho nega ter negociado vantagens a empreiteiras na investigação do maior acidente da história do Metrô e diz que nunca poderia ter favorecido as construtoras porque não atuou no caso.
Mesmo após a Folha enviar ao Ministério Público cópia de um requerimento assinado por ele nos autos dessa apuração, Galvão reafirmou, por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação do Ministério Público, que teve apenas uma “atuação meramente formal, corriqueira e lateral”, ou seja, sem participar da investigação do caso.
Galvão pedia no documento mais prazo para a conclusão do inquérito policial.
“O então promotor e atual procurador de Justiça Ruy Galvão não atuou no caso. Portanto, era impossível negociar qualquer tipo de vantagem”, afirma o texto.
“O fato é que ele não participou da investigação e tampouco do oferecimento da denúncia, esta a cargo do profissional responsável pelo caso desde janeiro de 2007.”
O promotor que iniciou a apuração foi José Carlos Blat. Já a denúncia foi apresentada por Arnaldo Hossepian.
Galvão também nega que tenha participado em 2005 de atos de extorsão contra petistas durante o mensalão.
Segundo a nota da Promotoria, “episódio de 2005 foi devidamente investigado pela Corregedoria do Ministério Público. O procedimento foi arquivado, uma vez que nada se apurou contra a atuação do membro do MPSP”.
O advogado Ismar Marcílio de Freitas Jr., apontado por representantes das empreiteiras como o intermediário na negociação da propina nas apurações sobre o acidente, diz que não atuou no caso.
“Na época do acidente eu estava fora de São Paulo. Nunca advoguei para empresas, nunca estive na Odebrecht ou OAS. Não tenho contato com ninguém dessas empresas”, afirma.
Freitas Jr. diz que conhece Galvão e defende-o. “Ele nem atuou nesse caso”, diz, repetindo a versão do promotor.
O advogado afirma que a versão de que tentou extorquir petistas durante o mensalão, quando defendia a promotora de eventos Jeany Mary Corner, “foi apenas ilação” da revista “Veja”.
Freitas Jr. diz que o único caso em que foi réu sob acusação de extorsão acabou arquivado. Ele era acusado de pedir US$ 500 mil a uma empresária para desaparecer com papéis que poderiam envolvê-la em crime de falsificação. “Foi uma montagem que fizeram contra mim.”
O ex-advogado da Odebrecht, Fernando Maximiliano Neto, apontado como negociador pelas construtoras, afirmou à Folha que preferia não se manifestar.
A Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht não quiseram se pronunciar. Guindaste de 50 toneladas Escavações da ligação do metrô com a CPTM