Folha de S.Paulo

Queda do turismo no Egito prejudica cavalos

Animais que eram usados em passeios e casamentos passam fome e são ajudados por veterinári­os voluntário­s

- DIAA HADID NOUR YOUSSEF

Após Primavera Árabe, em 2011, número de visitantes no país caiu de 14,7 milhões para 3,3 milhões neste ano

que o local mal havia mudado desde 1931, quando Dorothy Brooke, uma inglesa moradora do Cairo, escreveu uma carta a um jornal britânico solicitand­o doações para promover a eutanásia de cavalos envelhecid­os vendidos pelos britânicos.

Há animais em toda parte na favela, amarrados a cochos que ladeiam vielas e as tornam parecidas a um estacionam­ento equino. Muitos deles estão com os ossos aparecendo sob a pele.

Homens apanham seus filhos na escola usando charretes puxadas por cavalos. Também as empregam para carregar compras. Quando surge a notícia de que há turistas nas pirâmides, alguns apanham os animais e vão lá.

O cavalo de Abu Ghoneim é a única fonte de renda para as 12 pessoas da sua família e lhes gera cerca de US$ 100 por semana desfilando em casamentos. Ele vendeu os 36 cavalos que tinha em seu estábulo anos atrás, quando o turismo despencou.

Vendo o animal se contorcer, Abu Ghoneim concordou com a eutanásia. Depois, voltou atrás. No fim, foi preciso mais uma semana de insistênci­a de Barton para que ele permitisse. “Agora acabou. Não há mais festas. Não sobrou coisa alguma”, disse.

Ele afirmou que quer comprar outro cavalo em breve. “Amanhã”, disse Abu Ghoneim, em tom esperanços­o. PAULO MIGLIACCI

 ??  ?? Turistas cavalgam perto de pirâmide em Gizé
Turistas cavalgam perto de pirâmide em Gizé

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil