Atentado mata ao menos 39 no Ano-Novo em Istambul
Alvo foi uma casa noturna à beira do Bósforo; atirador conseguiu escapar
Países, inclusive a Turquia, estavam sob alerta para possíveis ataques; nenhum grupo assumiu a autoria
Um homem armado disparou contra o público de uma celebração de Ano-Novo em Istambul neste domingo (1º), deixando 39 mortos, entre eles ao menos 15 estrangeiros, e cerca de 70 feridos. O atirador conseguiu fugir e a polícia ainda continuava as buscas até a conclusão desta edição.
O ataque, considerado um atentado terrorista pelo governo turco, ocorreu no tradicional clube noturno Reina, às margens do Bósforo. Havia cerca de 600 pessoas nessa casa, frequentada por celebridades e pela elite secular.
Há entre as vítimas cidadãos de países como França, Bélgica, Israel, Líbano, Índia e Arábia Saudita, segundo as informações da imprensa local. Ainda não há uma lista oficial. Quatro feridos estavam em estado crítico.
O homem armado, ainda não identificado, teria matado um policial e um civil na porta e forçado sua entrada. Em pânico, pessoas se jogaram na água para escapar do atirador, que iniciou os disparos em torno da 1h15 de domingo (20h15 em Brasília).
Segundo a imprensa turca, uma das vítimas foi o segurança Fatih Çakmak, que havia sobrevivido ao atentado de 10 de dezembro num estádio de futebol, em que 45 morreram.
Já havia expectativa de um ataque durante o Ano-Novo. Diversos países europeus, como a Espanha, reforçaram as medidas de segurança, proibindo a passagem de caminhões na região central.
Berlim foi em dezembro passado palco de um atropelamento em uma feira de Natal que deixou 12 mortos.
Segundo a mídia local, a Turquia teria sido avisada pelos EUA sobre planos de um atentado nesta noite. O próprio clube Reina teria reforçado sua segurança, segundo uma declaração do proprietário do estabelecimento, Mehmet Kocarslan. INSTABILIDADE A Turquia, um membro da Otan (aliança militar ocidental), vive meses de instabilidade, que devem agora ser agravados por este ataque.
Houve uma tentativa frustrada de golpe militar em julho, com mais de 270 mortos, além de uma série de ataques a cidades como Istambul e Ancara. Alguns dos atentados foram reivindicados pela facção terrorista Estado Islâmico (EI).
Em 19 de dezembro, o embaixador russo na Turquia foi morto enquanto discursava na capital por um policial turco fora de serviço.
Nenhum grupo havia reivindicado a autoria do ataque de domingo. O Estado Islâmico não costuma assumir ações de imediato, aproveitando-se do caos informativo dos primeiros dias. O fato de haver um atirador à solta poderia atrasar ainda mais esse anúncio.
A Turquia faz parte da coalizão liderada pelos EUA contra o EI, realizando ataques contra seu território, o que pode ter motivado o atentado.
Um grupo ligado ao EI di-