Folha de S.Paulo

DANÇA DAS CADEIRAS

A eleição para presidente­s da Câmara dos Deputados e do Senado, no início de fevereiro, não interfere apenas no comando das Casas; impacto deverá ser sentido também na base aliada de Temer e na composição da Esplanada

- DANIEL CARVALHO GUSTAVO URIBE

As eleições para presidente­s da Câmara dos Deputados edoSenado,noiníciode­fevereiro, não interferem apenas no comando das duas Casas.

As disputas desencadea­rão uma série de mudanças também na Esplanada dos Ministério­s, pois o Palácio do Planalto terá que fazer rearranjos para reduzir polêmicas e tentar garantir estabilida­de na base aliada.

Como a campanha ainda está no começo, a dança de cadeiras será sacramenta­da mais perto da data da escolha dos novos presidente­s, mas as movimentaç­ões já são perceptíve­is.

No Senado, a eleição de Eunício Oliveira (PMDB-CE) é dada como praticamen­te certa pelos senadores.

Ele deve contar até mesmo com o apoio do PT, que não quer ficar sem cargos na Mesa Diretora.

Na Casa, a polêmica deve se restringir à liderança do PMDB. A escolha do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para a cadeira não é consenso entre seus pares.

Na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) é o favorito à reeleição como presidente, apesar de questões jurídicas que, em tese, poderiam impedi-lo de disputar no próximo dia 2.

Ele tem como adversário­s Rogério Rosso (PSD-DF), Jovair Arantes (PTB-GO) e André Figueiredo (PDT-CE).

Mas, assim como Eunício no Senado, Maia deve contar com apoio também dos partidos da oposição.

O PT não quer repetir o erro cometido em 2015, quando preferiu lançar candidato —Arlindo Chinaglia (PTSP)—, perdeu para Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ficou afastado do centro das decisões da Câmara.

Com as articulaçõ­es, a temperatur­a subiu na base aliada, e o governo tenta acalmar os ânimos negociando alguns ministério­s.

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